Crítica: série Você é thriller trash intrigante e ideal para maratonar
Lançada no Brasil pela Netflix, produção se desenrola a partir do ponto de vista de um stalker
atualizado
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Transmitida pela Lifetime, a série Você foi lançada no Brasil pela Netflix. Estrelada por Penn Badgley (Dan Humphrey, de Gossip Girl) e Shay Mitchell (Emily Fields, de Pretty Little Liars), a atração tem angariado muita atenção da crítica desde a estreia.
A produção adapta livro homônimo de Caroline Kepnes e faz questionamentos sobre o amor no século 21 e nossas relações com as mídias sociais, misturando romance e thriller psicológico. Assinam a produção Greg Berlanti (Riverdale, As Arrepiantes Aventuras de Sabrina) e Sera Gamble (Supernatural).
A trama segue Joe Goldberg (Badgley), um gerente de uma loja de livros em Nova York que se apaixona à primeira vista pela jovem poeta Guinevere Beck (Elizabeth Lail) no local. Ambos conversam sobre a futilidade de leitores de Dan Brown (O Código Da Vinci), entre outras referências literárias pretensiosas.
Após memorizar o nome de Beck em seu cartão de crédito, Joe pesquisa o recém-conhecido na internet e encontra todas as informações de que precisava – emprego, amizades, relacionamento semiamoroso e endereço. Com isso, mostra a confiança que damos à internet quanto às nossas vidas pessoais.
A história instiga pois é contada da perspectiva do stalker – Joe, que acredita ser uma boa pessoa. Ele justifica suas ações ilegais com a desculpa de que ele está fazendo tudo por amor, assassinando o ex de Beck e sua melhor amiga. Ele é o tipo de pessoa que se acha mais autêntica por não ter um perfil no Facebook, e por isso tem a autoridade de se impor na vida de Beck.
Beck, por outro lado, não é uma “donzela em perigo”. A personagem é tão complicada quanto Joe, com suas várias inseguranças e tensa relação com o pai. Além disso, ela deseja desesperadamente ser uma pessoa diferente de quem realmente é. Gasta dinheiro que não tem ao sair com as amigas socialites, tenta continuar um relacionamento com um playboy que não dá valor a ela e ainda finge que o pai está morto para não ter de explicar às pessoas que ele deixou a mãe para casar com uma blogueira cristã.
O show mostra o ponto de vista do stalker – algo refrescante para quem está cansado de ver os mesmos clichês na TV e no cinema – e parece que há muita história para contar em pouco tempo. Em 10 episódios, a série conseguiu tornar a trama interessante e concluí-la com um cliffhanger que não parece estar lá apenas para o estúdio ganhar mais dinheiro.
A segunda temporada já foi confirmada e, pelo que o final da primeira indicou, contará uma história ainda mais interessante sobre a ex de Joe, Candace (Ambyr Childers). O seriado conseguiu equilibrar a tensão com pitadas de humor e questionamentos. Os problemas que não foram solucionados na primeira temporada intrigam e criam grandes expectativas para a segunda.
Avaliação: Bom