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Crítica: Reacher usa muito tiro e porrada para construir série de ação

A série, baseada na série de livros de Lee Child, estreia nesta sexta-feira (4/2)

atualizado

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Reacher 4
1 de 1 Reacher 4 - Foto: Divulgação

Existe um certo ideal de masculinidade (mesmo que ultrapassado e, ainda bem, aplamente desconstruído). Esse modelo, é claro, passa por um homem branco, cisgênero, héterossexual, indestrutível, alto, bom de porrada, frio, sedutor e sagaz. Tudo, de preferência, acompahado de olhos azuis e cabelos loiros (e nacionalidade norte-americana). Esse esterótipo define muito bem o protagonista de Reacher, série de ação que estreia no Amazon Prime Video.

Baseada no livro Dinheiro Sujo, de Lee Child, a primeira de temporada Reacher é uma adaptação mais fiel do que aquela dos filmes protagonizados por Tom Cruise. No seriado da Amazon, o protagonista, Jack Reacher, chega a uma cidade na Georgia e passa a ajudar as forças policiais na investigação de vários assassinatos.

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Cena de Reacher: série estreia em 4 de fevereiro
Malcolm Goodwin vive Oscar Finlay
Willa Fitzgerald interpreta a policial Roscoe Conklin
Cena da série Reacher
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Ator Alan Ritchson (Titãs) vive o protagonista

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Cena de Reacher: série estreia em 4 de fevereiro

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Malcolm Goodwin vive Oscar Finlay

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Willa Fitzgerald interpreta a policial Roscoe Conklin

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Cena da série Reacher

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Jack Reacer, na série Reacher

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Na versão da TV, uma característica crucial do personagem foi mantida: ele é um homem muito grande e absurdamente forte – por isso, o papel agora ficou com o ator Alan Ritchson (Titãs). Ao longo dos episódios, a trama de assassinatos locais envereda por um caminho cheio de conspirações, crimes internacionais e lavagem de dinheiro.

Jack Reacher – uma versão errante e menos elegante dos antigos James Bond – monopoliza as cenas. O ex-militar é praticamente indistrutível, um lutador e assassino implacável. O que torna as cenas de ação mais divertidas é como o personagem usa seu tamanho como vantagem nos combates, mesmo que não tenha um adversário (de fato) páreo para ele.

Acontece que, mesmo que seja divertido acompanhar a saga do personagem, causa certo incomodo a idolatração do “excesso de testosterona” do personagem: não há, tal qual o livro original escrito em 1997, nenhuma crítica a essa idealização do homem forte, guerreiro indestrutível.

Feita essa (importante ressalva), Reacher tem ritmo acelerado e ganchos entre os episódios que tornam difícil abondonar a história. Mas, é claro, é preciso fazer algumas consessões para um roteiro com tantas reviravoltas e coincidências para lá de convenientes.

Outra marca do personagem é sua incrível capacidade dedutiva, um detetive à la Sherlock Holmes. Por que ele é assim? Não importa. É mais uma qualidade, no arsenal de habilidades que o tornam implacável.

Reacher, a série, é melhor que os filmes. É competente em sua ação, diverte, mas chega a soar anacrônica na construção de seu personagem “sem fragilidades” principal.

Avaliação: Regular

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