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Crítica: Pam & Tommy é série divertida e incômoda sobre machismo

A produção em oito episódios do Star+ reconta o vazamento da sex-tape de Pamela Anderson e Tommy Lee

atualizado

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Pam & Tommy
1 de 1 Pam & Tommy - Foto: Divulgação

Pam & Tommy, minissérie do Star+, que reconta o roubo que resultou no vazamento de um vídeo íntimo de Pamela Anderson (Lily James) e Tommy Lee (Sebastian Stan) é, sem dúvidas, um dos lançamentos mais aguardados de 2022. A produção, dividida em oito capítulos, é divertida e incômoda, na medida que mostra a história das celebridades e expõe todo o machismo em torno da situação.

A série tem bastante humor (como no momento em que Tommy Lee conversa com o próprio pênis), mas não foge da responsabilidade de questionar o fato principal: o roubo, a divulgação ilegal e a reação despropositada da mídia e do público de um vídeo de sexo consensual entre dois adultos.

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Para quem não sabe, em 1995, Pamela Anderson era a estrela do seriado Baywatch e uma figura em ascensão em Hollywood. Ela, após um romance ultrarápido, casou-se, ainda em 1994, com Tommy Lee, baterista da banda de glam metal Mötley Crüe. Os dois, então, foram vítimas de um roubo, que, entre outros pertences, levou a fita amadora de sexo do casal.

Pam & Tommy conta como teria sido o roubo, perpetrado pelo empreiteiro Rand Gauthier (Seth Rogen), como vingança aos abusos de Tommy Lee durante uma interminável reforma. Acontece que, ao ver que tinha a fita nas mão, o homem percebeu a chance de faturar um dinheiro com a intimidade do casal.

O seriado acerta ao dar peso as duas tramas: a saga de Rand para ganhar dinheiro com fita e os impactos na vida de Tommy e, principalmente, de Pamela. As duas tramas (por vezes desconectadas) funcionam, sendo a do casal famosos mais interessante (é claro!).

Consequências

O que une as peças são as consequências do ato perpretado por Rand. Ao mesmo tempo que ele é levado para um ciclo de autodestruição, lidando com a máfia e o mercado paralelo do mundo pornô; Pamela vê sua promissora carreira de atriz ser completamente destruída.

Nada do que a atriz fez – incluindo sua militância pelo direito dos animais – parece ter mais importância do que o vídeo íntimo vazado. De certa maneira, o seriado deixa claro que apenas Pamela foi prejudicada nessa história: Tommy ficou com fama devido ao tamanho do pênis, Rand conseguiu escapar razoalvemente ileso, porém, nela está todo o peso da sex-tape.

A série, então, incomoda (e acerta) ao mostrar que o machismo escancarado e brutal do caso ocorreu há apenas 20 anos. E que, mesmo na era do Onlyfans e de discussões abertas sobre empoderamento, revenge porn e outros importantes temas, as coisas tenham mudado muito mais lentamente do que gostaríamos.

Por fim, vale mencionar que a série não aborda lados de Tommy Lee, como seu vício em álcool e drogas. En passant, mostra parte de seu temperamento agressivo – que resultou em uma agressão a Pamela antes do divórcio. E, antes que me esqueça, as atuações e caracterizações de Stan e Lily James também merecem elogios.

Avaliação: Ótimo

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