Crítica: na 3ª temporada, The Crown está melhor do que nunca
Novo elenco não só segura a qualidade da série da Netflix, com estreia marcada para 17 de novembro, como a deixa ainda melhor
atualizado
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A terceira temporada de The Crown estreia no dia 17 de novembro cheia de mudanças. Se na primeira e segunda temporada da aclamada série da Netflix acompanhamos uma jovem rainha – interpretada por Claire Foy – se adaptando ao trono e iniciando sua caminhada política e pessoal como representante da coroa britânica, nesta vemos uma mulher madura, segura, determinada e ainda mais resignada. “Não ter voz é algo com o qual todos temos que conviver”, diz a rainha, em determinado momento, a um relutante e imaturo príncipe Charles.
Um novo elenco reflete o salto no tempo. A terceira temporada, que cobre 13 anos da monarquia inglesa, de 1964 a 1977, é agora interpretada pela aclamada Olivia Colman, como a rainha Elizabeth II, Tobias Menzies, como príncipe Philip, e Helena Bonham Carter, como Margaret.
Os nomes de peso já dizem tudo: cada um deles está impecável. Assim como a produção da série, que volta ainda mais interessante, com roteiro bem-executado e produção estética de dar gosto. Além das inúmeras especulações, do jeito que a gente gosta.
Nas cenas que se seguem nos 10 capítulos, acompanharemos os dramas da família real diante da ascensão do Partido Trabalhista, com o novo primeiro-ministro Harold Wilson (Jason Watkins), seguidos da crise econômica do país e, consequentemente, da imagem da monarquia.
Sem contar o desastre de Aberfan – um acidente em uma mina de carvão no País de Gales, em 1966, que resultou na morte de 144 pessoas, das quais 116 eram crianças –, a volta da mãe de Philip (interpretada por Jane Lapotaire) para a vida monárquica no Palácio de Buckingham, a ida do homem à lua e o início do romance do jovem príncipe Charles (Josh O’Connor) com Camilla Shand (Emerald Fennell), a atual Parker-Bowles.
Não se assuste se, ao fim da temporada, você sentir um misto de simpatia e aversão à coroa britânica. Enquanto, por vezes, assistimos a uma Elizabeth fria e cruel, também vislumbramos a dor de uma mulher que não teve escolha alguma de como viver; Margaret continua fascinante, mas carente, em busca da atenção renegada a ela e dada em excesso à irmã; Philip segue ambicioso, questionando sua inferioridade, mas timidamente com certo orgulho da esposa. Charles, por sua vez, é um adolescente típico, revoltado com o futuro que o espera.
Por fim, uma família como qualquer outra, complexa e cheia de facetas, com o azar (ou sorte, cabe a você dizer) de carregar na cabeça uma coroa.