Crítica: Mandalorian equilibra familiar e misterioso em Star Wars
Disponível no serviço de streaming da Disney, a série acompanha as aventuras de um misterioso caçador de recompensas
atualizado
Compartilhar notícia
A galáxia pode ser distante, mas ela é vasta e cheia de elementos e personagens para explorar. Após três trilogias (o Episódio IX, a Ascensão Skywalker, estreia em 19 de dezembro nos cinemas), o desenho Clone Wars e as histórias Rogue One e Solo, Kathleen Kennedy e a Disney lançam a primeira série live action dentro do universo Star Wars.
Comandada pelo diretor, roteirista, showrunner e produtor executivo Jon Favreau, The Mandalorian foi lançada no último dia 22 de novembro, via Disney Plus, o serviço de streaming da Disney (ainda não disponível no Brasil).
A série se passa cinco anos após os eventos de O Retorno de Jedi. O império caiu, criando, em sua ausência, um vácuo financeiro. Aqueles que vivem à margem precisam se virar para garantir o sustento. E é aí que conhecemos o personagem principal (Pedro Pascal), membro de um grupo (máfia? Seita?) que realiza trabalhos em troca de recompensas.
Os quatro episódios (cerca de 40 minutos cada) disponibilizados até aqui apresentaram uma estrutura semelhante a um videogame, que parece um pouco rígida em seus momentos menos inspirados: personagem aceita trabalho ou encontra desafio, entra em conflito para resolver tal desafio, recebe uma recompensa e a usa para fazer um upgrade em sua armadura ou conseguir aliados.
Por outro lado, em seus momentos mais inspirados, os quais, felizmente, são a maioria, The Mandalorian consegue equilibrar bem o familiar, a sensação de aventura e exploração de um filme Star Wars, com o misterioso, nos apresentando aos poucos, e em um ritmo cadenciado, apenas o necessário que precisamos saber no momento para conhecer mais sobre o Mandaloriano, seu passado e suas motivações.
Essencial para isso é a sua interação com outros personagens, com um em particular, que por falta de mais informações, tem sido chamado nas redes de baby Yoda, um misterioso (e fofinho demais iti malia!!!) bebê de 50 anos da mesma espécie do lendário mestre Jedi. É essa adorável figura que retira o Mandaloriano de seu perfil de caçador de recompensas implacável e habilidoso, a la Boba Fett, para revelar um lado paternal e, no caminho, complicar sua vida.
A imersão na série é auxiliada pelo uso contido de computação gráfica — algo que prejudicou bastante os episódios I a III –, em favor do uso de bonecos e fantoches, acrescentando um aspecto mais sensorial e real, semelhante aos três filmes originais.
Com mais quatro episódios para completar a 1ª temporada (e uma segunda já aprovada), é cada vez mais notável o cuidado com que The Mandalorian foi executado, sendo mais uma peça na missão de não deixar nenhum canto da galáxia e do universo Star Wars inexplorado. Algo sempre bem-vindo quando feito com esse nível de qualidade.