Crítica: Lucifer, da Netflix, atinge expectativa sem perder identidade
Série cancelada pela Fox e salva pelo streaming mantém acertos anteriores e corrige problemas estruturais
atualizado
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Os fãs de Lucifer ganharam a tão pedida quarta temporada da série depois do cancelamento feito pela Fox. A série, resgatada pela Netflix, teve mudanças bem-vindas no rumo da história ignorando completamente o ultimo – e desastroso – episódio feito pela emissora norte-americana.
Lucifer (Tom Ellis), entediado e infeliz como o Senhor do Inferno, renuncia ao seu trono e abandona seu reino pela insanidade deslumbrante e brilhante de Los Angeles. O Diabo vira consultor da polícia de LA e ajuda a punir criminosos com seus palpites certeiros.
A reformulação aconteceu de forma positiva, deixando a narrativa enxuta e com menos capítulos. Dessa maneira, a série não parece se arrastar até o clímax, ou carregada pelo carisma de Lucifer Morningstar – como ocorreu nas duas primeiras temporadas e alguns episódios pouco importantes da terceira.
Outra boa notícia para os fãs é o crescimento dos personagens. Amenadiel (D. B. Woodside), irmão de Lucifer e anjo, nas suas primeiras aparições se mostrava contra a interação com “seres menores”.
Isso tornou seu objetivo de vida a volta para o céu e levar seu irmão de volta ao inferno. Na quarta temporada, o anjo toma a atitude benevolente esperada de um ser celestial e “mais evoluído”. Amenadiel também pincela uma reflexão sobre o racismo quando vê um de seus novos amigos humanos ser injustiçado por policiais brancos, abordando também o excesso de força utilizado pelas autoridades.
Mazikeen (Lesley-Ann Brandt), ou Maze para os mais próximos, é outro destaque da temporada, levando o público a reflexões sobre família, relacionamentos e dependência emocional. O crescimento da fiel escudeira de Lucifer, somado ao do próprio Diabo, conseguiria levar a trama nas costas – caso a história esfriasse como na primeira temporada –, mas a Netflix soube balancear a trama, os novos personagens e os antigos.
A empresa também acertou ao “amarrar” todos os pontos da temporada e criar novos ganchos. Dessa forma, se houver uma quinta temporada, a história terá uma transição fluida, sem deixar o público incomodado com uma mudança muito brusca entre uma trama e outra.
Avaliação: Bom