Crítica: Loki é a melhor série da Marvel e uma das mais fortes de 2021
A produção traz o que de melhor uma série de super-heróis pode ter: um olhar amplificado sobre a própria humanidade
atualizado
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Se o nosso colega Chico Barney ler essa crítica, provavelmente, ele me chamará de biscoiteiro. Em troca dessa audiência qualificada, aceito a crítica desse inquieto e provocativo analista da cultura pop. Mas, perdão Chico, Loki, que terminou a primeira temporada nesta quarta-feira (14/7), mostra o universo Marvel (MCU) em sua grande forma: surpresas de roteiro, trama envolvente, personagens carismáticos e a redenção de um vilão que vira herói. Tudo isso em seis episódios, que bateram recorde no Disney+ e garantiram uma segunda temporada para a atração.
É inegável que WandaVision, série indicada ao Emmy 2021, é uma produção que inova na linguagem: ao fazer uma carta de amor à televisão, passeia pelas diferentes décadas das sitcoms enquanto heróis e vilãos se estapeiam. Ótima produção que, mesmo assim, ainda está abaixo de Loki. Por quê? Loki é a produção de super-heróis em seu estado puro, com um protagonista passando pela jornada do herói (perdão, pela repetição) e concluindo com uma nova sub-franquia do MCU. Ou, alguém duvida que o personagem vai voltar em filmes vindouros da Marvel/Disney?
Mais do que isso, Loki cumpre sua premissa e expande o próprio MCU. Se WandaVision deu um “gostinho” do que seria a Fase 4, a nova série chutou o balde e abriu de vez as portas da Marvel para um cenário muito maior: as ameaças não são mais na Terra, estão no Universo inteiro… ou melhor, nos Universos, pois o Multiverso foi definido, explicado e apresentado nos episódios.
Para não dar nenhum spoiler, basta dizer que Loki entregou mais do que se esperava e soube aproveitar todos os ganchos para se manter viva no MCU.
Tudo isso, é claro, seria muito difícil sem as atuações de Tom Hiddleston como o personagem título e da outra dupla de protagonistas: Sophia Di Martino, como Sylvie, a versão feminina de Loki, e Owen Wilson, na pele do agente Mobius. Cada um, à sua maneira, adicionou elementos ao Loki que todos conheciam e contribuíram para a mudança de impressão sobre essa figura, a tornando ainda mais complexa e irresistível.
Loki, o seriado, é um convite ao que de melhor o mundo dos heróis pode oferecer. Ao invés da troca de sopapos (necessária) e de visões esterotipadas sobre bem e mal, os superpoderosos podem jogar uma lente de aumento sobre as falhas, medos e defeitos da própria humanide. E, assim, virarem produtos muito mais interessantes.