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Crítica: Em Nome do Céu aborda a complexidade do fanatismo religioso

A série Em Nome do Céu, do Star+, traz Andrew Garfield no papel de protagonista

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Andrew Garfield na série Em Nome do Céu
1 de 1 Andrew Garfield na série Em Nome do Céu - Foto: Star+/Divulgação

Séries sobre crimes misteriosos no qual o público é convidado a acompanhar a investigação e a resolução são sucessos na TV. Mas, de uns anos para cá, algumas produções têm investido em abordar as transformações que o caso causa nos detetives mais do que a descoberta dos autores do crime. Em 2021, tivemos Mare of Easttown (HBO Max) e, neste ano, a aposta é Em Nome do Ceú, disponível no Star+.

Com Andrew Garfield no papel principal do detetive Jeb Pyre, Em Nome do Céu tem início com o assassinato de uma mulher e sua filha de 1 ano e três meses. A partir do crime cruel, ocorrido em Utah, no Estados Unidos, os desdobaramentos levam para uma reflexão sobre religião, fundamentalismo e uma discussão sobre a laicidade do estado.

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Em Nome do Céu
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O crime mostrado na série não é o ponto principal, mas sim a consequência dele: expor que a comunidade mórmom da região está ela mesma em xeque. Afinal, os desdobramentos das investigações levam o caso para o centro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (SUD, em inglês). E é justamente ao longo da apuração policial que Em Nome do Céu cresce: o que importa não é, exatamente, quem matou, mas por que o crime ocorreu.

Baseado em um livro de true-crime de Jon Krakauer, publicado no Brasil com o nome de Pela Bandeira do Paraíso, a série cria justamente o personagem de Andrew Garfield para mostrar o conflito principal. Mórmon, Pyre precisa confrontar sua devoção às “Leis de Deus” contra à “Lei dos Homens”, vivendo um conflito muito bem construído pelo ator, que sempre parece tenso em escolher qual papel deve seguir.

Em Nome do Céu acerta ao propor uma discussão sobre a religiosidade por meio dos personagens, expondo os caminhos tortuosos que geram o fanatismo perverso, capaz de levar a ações absurdamente violentas.

A série, no entanto, tropeça no ritmo de apresentar cada uma das partes. Se a lentidão é um trunfo para se compreender a mudança de Pyre, tudo é muito acelerado para se entender o caminho tomado pelos criminosos. Esse desequilíbrio faz Em Nome do Céu, várias vezes, soar um pouco repetitiva e cansativa.

Mesmo assim, Em Nome do Céu foge do ritmo frenético das séries sobre crime e propõe um olhar reflexivo sobre fanatismo, extremismo e discursos fáceis.

Avaliação: Bom

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