Crítica: A Maravilhosa Sra. Maisel volta às origens na 4ª temporada
Com estreia marcada para a próxima sexta (18/2), a comediante começa a nova fase voltando para a estaca zero
atualizado
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Lá vem chuva de prêmios. A Maravilhosa Sra. Maisel já é conhecida de quem acompanha as premiações da televisão americana: a série conta a vida da comediante fictícia Mirian (Midge) Maisel nos anos 1950/60, já ganhou muitos Emmys, e estreia sua (aguardada) quarta temporada na próxima sexta (18/2), no Amazon Prime Video.
Idealizada e dirigida pelo casal Amy Sherman-Palladino e Daniel Palladino (Gilmore Girls), a produção teve as gravações atrasadas por conta da pandemia de Covid-19. Os episódios serão liberados de dois em dois, a cada semana, durante um mês.
No final da temporada passada, Midge (Rachel Brosnahan) e Susie (Alex Borstein) foram demitidas e deixadas para trás na pista de decolagem para a primeira turnê internacional da dupla, de mala, cuia e 45 caixas de chapéu.
Nossa comediante favorita tinha acabado de vender a alma para o ex-sogro (Moishe) para comprar novamente o apartamento que morava antes do divórcio com Joel (Michael Zegen), colocando como “fiança” o contrato para a turnê e todo o dinheiro que ela tinha ganho até então (que Susie gastou para pagar dívidas de jogo). Ou seja, começa essa nova etapa com uma mão na frente, e a outra, atrás – literalmente.
A quarta temporada continua exatamente onde a passada terminou. E é um clássico Amy Sherman Palladino logo de cara: surtos leves (e outros não tão leves assim), diálogos cheios de referências, cenas em plano sequência em que acontecem mil situações ao fundo, a troca de frases sempre divertidíssima e até umas palavrinhas em chinês.
Midge começa a nova temporada tentando reescrever sua história como mulher independente em um mundo completamente machista, como eram os anos 1950 e 1960 (e, francamente, é até hoje).
Além da carreira, que sofreu um baque, a senhora Maisel agora precisa resolver a vida prática. Negociar a compra de leite para os filhos, a conta da lavanderia, a situação de moradia dos pais e até a disposição das louças na cozinha.
Nos palcos, chega de script: vamos voltar para a primeira temporada, com a verborragia solta de uma mulher exausta de tentar viver dentro das expectativas. A sensação deste começo é que A Maravilhosa Sra. Maisel volta a fazer o que sabe de melhor.
Estrelinhas mil para Rachel Brosnahan, Alex Borstein e Tony Shalhoub, sempre geniais, que se entregam de corpo e alma aos personagens. Com ajuda de um texto sempre impecável, é fácil assistir A Maravilhosa Sra. Maisel — a essa altura do campeonato, já conhecemos essa grande família maluca como se fosse nossa e os mais de 50 minutos de episódio passam rápido demais.
Um olhar de Brosnahan e sabemos exatamente o que está passando na cabeça de Midge, um sorriso de lado de Tony Shalhoub traz empatia (e vontade de dar um abraço) em Abe e a expressão de Alex Borstein nos faz ter dó das enrascadas que Susie se meteu (ainda que sem querer, querendo).
Marin Hinkle, intérprete de Rose, aparece pouco nos primeiros dois episódios cedidos ao Metrópoles, mas consegue dar uma volta na cabeça de Midge como ninguém – provando como nossa heroína aprendeu a pensar rapidinho e inventar as melhores piadas.
A nova temporada de Sra. Maisel começa com o pé direito, apostando no que a fez tão famosa em primeiro lugar. E, se seguir como começou, deve dominar novamente todas as premiações.
Avaliação: Ótimo