Conheça Killing Eve, a série que tomou um Emmy de Game of Thrones
Protagonista do drama de espiãs, Jodie Comer levou a melhor sobre Emilia Clarke, cotada para o Emmy de Melhor Atriz em Série Dramática
atualizado
Compartilhar notícia
A disputa do Emmy de Melhor Atriz em Série Dramática não foi tarefa fácil para os votantes. Concorreram, além de Emilia Clarke, indicada por seu papel como Daenerys Targaryen em Game of Thrones, nomes como Viola Davis, Laura Linney, Mandy Moore, Sandra Oh e Robin Wright. Na noite deste domingo (22/09/2019), o resultado foi uma tremenda zebra: a inglesa Jodie Comer arrematou a estátua.
Game of Thrones foi indicada a 31 estatuetas e levou 12 – inclusive a principal da noite, Melhor Série Dramática – em sua última disputa pelo Emmy. Não que Clarke fosse a favorita ao prêmio, mas a importância do seriado na televisão americana poderia ter lhe rendido a honraria.
Jodie Comer, por sua vez, deu a Killing Eve seu primeiro Emmy. Indicada ao lado da colega Sandra Oh, ela não conseguiu esconder o choque ao ouvir o próprio nome anunciado no microfone. Em seu discurso, a atriz se desculpou com os pais, a quem não convidou para a premiação. “Eu achei que não seria a minha vez. Um, me desculpem. Dois, eu amo vocês. Vou levar o Emmy para casa”, comemorou.
Killing Eve é uma série da BBC America que conta a história de Eve Polastri (Sandra Oh), uma pesquisadora que se une à Inteligência britânica para caçar Villanelle (Jodie Comer), uma serial killer a serviço de organizações criminosas russas. Embora não tenha tantas estatuetas quanto Game of Thrones, vale cada minuto de tela. No Brasil, as duas temporadas do seriado estão disponíveis na Globoplay. Veja alguns motivos para ver os 20 episódios:
Dinâmica interessante
À primeira vista, pode parecer só mais uma história de gato e rato, do policial que tenta entender e perseguir o assassino. Mas só o fato de serem duas mulheres nos papéis muda completamente de figura. Sem se ater a estereótipos femininos clássicos da narrativa televisiva, Killing Eve apresenta uma dinâmica entre suas protagonistas que rende originalidade à história. O relacionamento entre Eve e Villanelle mistura ódio, admiração, desejo, obsessão e muita desconfiança.
A extravagante Villanelle
Precisamos defender Eve: é muito difícil não se apaixonar por Villanelle. A serial killer, capaz de atos tão execráveis quanto matar uma criança que se aconchega em seu colo, é horrivelmente encantadora, do divertido sotaque russo às roupas extravagantes. Ao equilibrar a maldade da personagem com cenas hilárias, Jodie consegue criar uma vilã pela qual o espectador torce imediatamente.
Sandra Oh, senhoras e senhores
Dona de um papel icônico na TV americana – Cristina Yang, em Grey’s Anatomy –, Sandra Oh precisava de uma protagonista para mostrar a que veio. Enquanto Villanelle é a vilã que amamos odiar, Eve é a parte da dupla que, como o espectador, está com os dois pés fincados na realidade. A caminhada lenta e enfim vertiginosa da mulher rumo à loucura da serial killer é apresentada com calma e maestria pela atriz canadense. Não à toa, Sandra fez história ao tornar-se a primeira mulher de ascendência asiática a levar o Globo de Ouro de Melhor Atriz por Série Dramática, em 2019.
Pancadaria!
Magricela e com traços infantis, Vilanelle passa, muitas vezes, a imagem de fragilidade. A assassina é, no entanto, muito habilidosa no combate corpo a corpo e protagoniza intensas cenas de ação durante o seriado. A letalidade da vilã é tamanha que é bastante difícil não sentir uma pontada de pena dos marmanjos que tentam enfrentá-la. Em termos de cenas de luta e ação, Killing Eve não deve nada a séries mais tradicionais como True Detective.
Trama de espiões
Passaportes falsos, MI6, voos por toda Europa. A verdade é que Killing Eve é muito chique: tem a tônica da clássica história de espiões que agrada a qualquer fã de 007 ou de Agatha Christie. A estética da série é muito sedutora, desde os figurinos elaborados de Vilanelle à postura profissional adotada por Carolyn (Fiona Shaw), a chefe de Eve na Inteligência britânica. Entre voos internacionais e reuniões secretas, Eve traz o olhar do espectador, gente como a gente, a esse mundo tão distante da realidade do cidadão comum.