Comunidade conta sobre o convívio com elenco de “A Força do Querer”
Parte da novela foi gravada na Tavares Bastos, no Catete, no Rio. Um cartaz na entrada alertava sobre a chance de encontrar os ídolos
atualizado
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Há três meses, a rotina dos 80 mil moradores da comunidade Tavares Bastos, na Zona Sul do Rio de Janeiro, virou de cabeça para baixo. Um cartaz improvisado avisava, na entrada do morro, quando os dias eram diferentes: “Hoje é dia de gravação”.
Durante esse tempo, o elenco de “A Força do Querer” se tornou parte do dia a dia. Paolla Oliveira entrou na casa de dona Maria Aparecida, 57 anos, para pedir para usar o banheiro. “Tomou um café, se ajoelhou, abismada com a paisagem”, conta a moradora, que nasceu na comunidade. Juliana Paes e Hylka Maria também passaram pela casa dela para almoçar macarrão com salsicha. “Era um dia intenso de gravação, a Juliana estava com fome e ofereci fazer o prato. elas adoraram”, conta a Tia Cida, como é conhecida, em entrevista ao jornal Extra. A casa dela é, na telinha, a residência de Bibi e Rubinho.
Quando as gravações acontecem (duas ou três vezes por semana), é o morador Raimundo Camargo que organiza a vida dos moradores. Ele, que foi contratado como um produtor local, explica que, quando a gravação acontece nas escadas, é ele que segura o tráfego de pedestres. “Tudo é controlado para que a nossa população não saia prejudicada. Se eu vejo que está demorando, interrompo a gravação”, afirma.
A novela também gerou outros empregos para os moradores, que passaram a trabalhar como figurantes. A comerciante Dalva de Souza, 72, conta que ganha R$ 50 por dia de gravação. “Já gravei quatro vezes e adorei. Além de aparecer na televisão, ganho um dinheirinho”, comemora. “É uma forma de gerar trabalho aqui dentro e também de não superlotar com figurantes de fora”, explica o produtor Raimundo, que teve a ideia de contratar os moradores.