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Cinco motivos pelos quais os realities shows estão bombando no Brasil

BBB21 está na reta final mas, em breve, uma onda de realities invade a televisão dos brasileiros: No Limite, Mestres do Sabor e Power Couple

atualizado

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1 de 1 Realities - Foto: Divulgação

O Big Brother Brasil 21 está às vésperas do fim, mas o brasileiro adepto aos realities shows não vai sequer ter tempo de sentir saudades deste formato de programa. Uma série deles está por chegar, para alegria de quem adora competições culinárias ou programas baseados na “vida real”.

Em uma agenda apertada de estreias, a onda de realities que domina o país conta com catálogo variado: desde provas de sobrevivência (No Limite), passando pela intimidade de casais (Power Couple) e entrando ainda em performances gastronômicas (Mestres do Sabor).

O que justifica a febre dos realities no Brasil? Em conversa com o Metrópoles, dois especialistas levantaram pontos importantes que podem explicar o auge deste tipo de atração no território brasileiro atualmente.

Identificação

Seja por curiosidade, entretenimento ou para estar por dentro do assunto em voga, os realities sempre atraíram a atenção popular, como explica Alexandre Kieling, professor e pesquisador do Mestrado Profissional de Inovação em Comunicação e Economia Criativa da Universidade Católica de Brasília.

“O reality mexe com o cotidiano. É uma realidade que as pessoas têm domínio e se identificam, e engloba cultura, perfil de personalidade… Essa capacidade de narrativa televisiva do programa desenvolve uma proximidade com o público”, defende o estudioso.

Para explicar de forma teórica o efeito de identificação que o reality promove na sociedade, Alexandre menciona o semiólogo Jesús Martín-Barbero.

“É um conteúdo que se aproxima muito dessas referências de cotidianidade, que é o que diz Barbero, coisas da nossa vida, da realidade próxima, do nosso dia a dia, problemas, angústias e incertezas”, acredita.

Mesmo depois de 21 edições, o Big Brother Brasil ainda consegue gerar esta identificação. Juliette Freire, por exemplo, se consagrou como a participante mais popular da edição e conquistou mais de 22 milhões de seguidores no Instagram ao expor suas vulnerabilidades.

Novos formatos e redes sociais

Nas edições de 2018 e 2019, o Big Brother Brasil não estava performando tão bem quanto nos últimos dois anos. Mas foi em 2020, quando a dinâmica do programa mudou, com a entrada de famosos no elenco do reality, que as redes sociais levantaram a audiência do programa.

“O novo formato, com a chegada das pessoas famosas fez com que o programa explodisse”, destaca Caio Braga, publicitário e especialista em branding.

Contudo, antes da nova febre do BBB, Caio lembra que outro realitydominava as redes sociais: o Masterchef. Com Érick Jacquin, Henrique Fogaça, Helena Rizzo e, até então, Paola Carosella, o programa de maior sucesso da Band batia recordes de audiência a cada exibição.

A essa boa onda soma-se, ainda, a presença em massa dos telespectadores no Twitter que mencionavam o programa em milhares de centenas de tuítes todas as noites em que a atração ia ao ar.

“Tanto a ascensão do Masterchef quanto do BBB20 fizeram os brasileiros olharem para os realities de forma mais interessada. Essa convergência foi tão grande que, em certa edição, o Masterchef priorizava os telespectadores do Twitter com informações antecipadas sobre o programa”, aponta Caio.

Masterchef

Isolamento social

De acordo com especialistas, o isolamento social como medida de contenção à pandemia de Covid-19 favoreceu a audiência dos realities. Longe do contato social e diante da televisão por mais tempo, brasileiros passaram a acompanhar de forma mais enérgica os programas.

“O ficar em casa fez com que as pessoas recorressem a novas alternativas de entretenimento acessíveis, e o que já existia, como essa natureza de programa, ganhou ainda mais força”, explica o professor Alexandre Kieling.

“O reality show proporciona acesso à vida das pessoas que estão lá. Já que quem está em casa não pode sair para bater papo, acaba dedicando tempo a assistir os outros e repercutir o que viu. A pandemia permitiu que os programas fossem mais abraçados, são mais pessoas diante das telas”, aponta Caio.

Controle sanitário

O fato de o reality show ser em um espaço “fechado” com pessoas que estão sob supervisão diária facilita o controle sanitário dentro do programa durante a pandemia, se comparado às atrações que contam com gravações externas e/ou em estúdio.

Nos programas deste tipo, a situação é diferente, por exemplo, das gravações das novelas. Os folhetins, em sua maioria, precisaram ser pausadas durante a pandemia de Covid-19, já que os atores tinham suas vidas fora do set de filmagem.

“No reality, quando os participantes são eliminados, eles não têm mais acesso ao confinamento e saem da bolha, não trazem riscos. Do ponto de vista de produção, ter este controle sanitário é importante neste período e favorece os formatos que são gravados desta forma”, pontua Kieling.

“Os ambientes são higienizados, permanentemente as pessoas envolvidas passam por testagens e são acompanhadas por equipes de saúde. A probabilidade de contaminação dentro de uma bolha controlada é muito baixa”, elucida o professor.

Além de permitir que a atração siga no ar dentro dos protocolos, esse controle sanitário oferece maior segurança para, inclusive, os patrocinadores que estão envolvidos nos programas.

Lucros exorbitantes

A ascensão popular e a repercussão dos realities nas redes sociais acionaram o alerta das grandes marcas do país. As cotas publicitárias e os planos comerciais dos programas parecem ser exorbitantes para quem não está habituado a lidar com o mercado.

“À medida em que se tem público, é possível trazer anunciantes e patrocinadores. Sobretudo neste ambiente de pandemia, o espaço em que for possível inserir uma comunicação efetiva será procurado, como tem acontecido nos programas”, aponta Alexandre.

Na onda do sucesso do BBB21, antes mesmo de estrear na Globo, o No Limite atraiu grandes patrocinadores. Ainda em março, dois meses antes da estreia prevista do reality de sobrevivência, a Globo já havia fechado com sete marcas: Amazon, Ambev, Hoteis.com, Hypera, TikTok, Itaú e Unilever.

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O No Limite começa em breve
Marcos Mion chegou a ser cotado para substituir Zeca Camargo na apresentação de No Limite
Mas é André Marques quem vai comandar a nova versão do reality de aventura
Boninho é diretor da Globo
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No Limite foi um sucesso na Globo

TV Globo
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O No Limite começa em breve

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Marcos Mion chegou a ser cotado para substituir Zeca Camargo na apresentação de No Limite

Globo e Edu Moraes/ Record
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Mas é André Marques quem vai comandar a nova versão do reality de aventura

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Boninho é diretor da Globo

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“A gente não pode menosprezar o alcance da televisão aberta, capaz de chegar a lugares onde o canal a cabo não chega. Muitas pessoas têm Globo, mas não tem GloboPlay. A TV aberta ainda é uma forte potência midiática do país. É acessível e barata”, acredita Caio.

No caso dos realities que não tem transmissão aberta, como o do De Férias com o Ex, da MTV, também existe o interesse comercial em mantê-lo no ar. A exclusividade atrai assinantes e telespectadores a consumirem o canal fechado.

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