Caso O.J. Simpson é narrado com detalhes em “American Crime Story”
Primeira temporada da série retrata o tumultuado julgamento do ex-jogador de futebol americano. Canal FX exibe o seriado sempre às quinta, 23h30
atualizado
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Prestes a encerrar a primeira temporada nesta terça (5/4), nos EUA, a série “American Crime Story” traz um pouco de frescor para a seara dos programas criminais e dramas de tribunal. Já na estreia, a atração se debruça sobre o caso mais divulgado de todos os tempos na mídia americana: o suposto envolvimento do ex-jogador da NFL O.J. Simpson no assassinato da ex-mulher e de um amigo dela, em 1994. O canal a cabo FX exibe “O Povo Contra O.J. Simpson” no Brasil sempre às quintas, às 23h30.
Abaixo, em tópicos, listamos algumas das características que tornam “American Crime Story” uma das boas novidades da telinha nos últimos meses:
O formato de antologia
Cada temporada revisita casos distintos. A primeira reencena as polêmicas envolvendo o julgamento de O.J. Simpson, uma celebridade que polarizou divergências processuais e acirrou tensões raciais nos anos 1990. Anunciada antes mesmo da estreia de “O Povo Contra O.J. Simpson”, a segunda deve acompanhar um grupo de sobreviventes do furacão Katrina, que atingiu Nova Orleans em 2005.
Criada pela dupla Scott Alexander e Larry Karaszewski, roteiristas do filme “O Povo Contra Larry Flint” (1996), a série é produzida por outra dupla importante da TV. Ryan Murphy e Brad Falchuk assinam uma porção de outros programas, como “Glee”, “Nip/Tuck” e a “série-irmã” “American Horror Story”.
Os anos 1990 e suas celebridades
Já no episódio piloto, a série cria uma convincente ambientação de época ao retornar aos anos 1990 sem apelar para caricaturas. Cuba Gooding Jr. faz um trabalho competente ao encarnar a persona confusa de Simpson, cuja reputação era abalada e reconstruída diariamente pelo noticiário.
Outras figuras também ganham interpretações comedidas mas mui reconhecíveis, como o advogado de defesa Johnnie Cochran (Courtney B. Vance). Pai de Kourtney, Kim, Khloé (e Rob), o empresário Robert Kardashian, vivido por David Schwimmer, renovou sua licença para poder engrossar a defesa do amigo. Apesar da fidelidade, tinha lá suas dúvidas sobre a inocência de Simpson.
Os Estados Unidos pós-Rodney King e o de hoje
“O Caso de O.J.” entra em contato com um certo espírito da época. Três anos antes do caso O.J., em 1992, as ruas de Los Angeles ferviam após um júri inocentar quatro policiais que espancaram o taxista Rodney King. Acusado de matar dois brancos, a ex-mulher Nicole Brown Simpson e o amigo dela Ronald Lyle Goldman, Simpson dividiu opiniões no país inteiro. A maioria da população branca condenava o ex-atleta. E a maioria da sociedade negra o considerava inocente.
As revoltas de Los Angeles e o julgamento confuso de Simpson ressoam até hoje. Ano passado, mais um entre tantos casos de comportamento abusivo da polícia na abordagem com jovens negros desencadeou protestos violentos na cidade de Baltimore.
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“American Crime Story – O Povo Contra O.J. Simpson” é exibido às quintas, 23h30, na FX