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Carlos Saldanha: How To Be a Carioca lembra que RJ não é só violência

Diretores de How To be a Carioca, série em seis episódios disponível no Star+, Carlos Saldanha e Joana Mariani conversaram com o Metrópoles

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Foto colorida de cena da série How To Be a Carioca, no Star+
1 de 1 Foto colorida de cena da série How To Be a Carioca, no Star+ - Foto: Reprodução

Rio de Janeiro — How To be a Carioca, série em seis episódios disponível no Star+, chegou para lembrar não só os brasileiros, mas pessoas de todo o mundo, que a capital fluminense não se resume às manchetes de insegurança e violência que vira e mexe estampam os noticiários. Em entrevista ao Metrópoles, durante a premiére da produção no 25º Festival do Rio, os realizadores Carlos Saldanha, Joana Mariani e Diogo Dal falaram desse desejo de devolver a autoestima da população, das inspirações e desafios de retratar um povo tão plural.

Ambientada na Cidade Maravilhosa, How To Be a Carioca conta histórias de estrangeiros de países como a Síria, Israel, Alemanha, Argentina e Angola, que vivem aventuras no Rio de Janeiro ao tentar se adaptar à cultura local. Para guiá-los nesse caminho, aparece Francisco, papel vivido por Seu Jorge e único personagem presente em todos os capítulos da trama, que tem elenco composto, ainda, por nomes como Douglas Silva, Debora Nascimento, Malu Mader, Raquel Vilar e Dan Ferreira, entre outros.

Diretor de Rio (2011), filme indicado ao Oscar de Melhor Animação, Carlos Saldanha diz ter usado o aprendizado conquistado ao retratar as paisagens naturais cariocas no universo digital durante o set da série do Star+. “Às vezes, vivendo aqui, você não percebe mais as coisas. Eu aprendi muito [em Rio, o filme], me deu um olhar diferente. O Rio de Janeiro é fotogênico, plural e é muito difícil pensar a cidade orgânica e mostrar esses ângulos”, explica o cineasta que assina a direção artística de How To Be a Carioca.

O resultado desse cuidado com a câmera e o ângulo é uma fotografia de cinema de encher os olhos dos espectadores. “Quando a gente decidiu fazer o How To Be a Carioca, a gente trouxe mesmo a questão do olhar. ‘Como a gente pode contar várias histórias, mas com uma dinâmica diferente? Filmar os mesmos lugares, com ângulos diferentes e trazer essa coisa cinemática para a série’. Eu sempre busco trazer uma linguagem de cinema, principalmente [na forma] de contar histórias e criar personagens”, considera Saldanha.

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Orgulho de ser carioca

Médicos assassinados em quiósque à beira mar, megaoperação policial nas comunidades contra comando vermelho, e ônibus incêndiados em ataques criminosos. Neste mês de outubro, quando estreou de How To Be a Carioca no Star+, a autoestima dos moradores do Rio de Janeiro segue abalada por uma sequência de notícias sobre o medo e a insegurança causados por criminosos. Também por isso, o momento do lançamento não poderia ser melhor.

“A gente queria fazer uma série que trouxesse esse lado cotidiano positivo, e que não só aumentasse essa autoestima e trouxesse esse orgulho de se ver na tela, mas que também inspirasse as pessoas a refletir, a pensar no nosso jeito de ser, o que funciona e o que não funciona, o que pode melhorar. O que eu acho que está representado no personagem mais carioca da série, que é o Seu Jorge”, ressalta o produtor Diogo Dal.

Para a diretora geral de How To Be a Carioca, Joana Mariani,  os cariocas estãos acostumados a conviver com esses momentos de tensão. “Gostaríamos que isso mudasse, e a forma que temos de contribuir é com a arte, é o que temos para oferecer. A gente não pinta o mundo de cor de rosa, tem um episódio sobre o racismo, um que se passa no Vidigal e mostra uma realidade mais violenta… Mas esse não foi o foco que a gente quis dar, a gente quis falar de esperança, de possibilidade de mudança. Trazer um olhar mais generoso.”

Já Carlos Saldanha acredita que o importante é descobrir como superar esses problemas. “É se olhar e também olhar para fora, ver que nem tudo é ruim e que também pode ser melhorado. A vida continua, sempre”, conclui. Veja a entrevista completa no vídeo acima.

*A repórter viajou a convite da produção do 25º Festival do Rio

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