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BBB23 flopou? Especialistas explicam a baixa audiência do reality global

Desempenho ruim do programa de TV pode ter sido influenciado por formato saturado e fracasso de Travessia, entre outros fatores

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Fred Nicácio chora após saída de Tina do BBB23 - Metrópoles
1 de 1 Fred Nicácio chora após saída de Tina do BBB23 - Metrópoles - Foto: Globo/Reprodução

Em um mês no ar, o BBB23 ainda não conseguiu cativar o público e segue amargando números negativos de audiência. É fato que ao longo de 23 anos, algumas edições foram melhores que outras, mas os resultados registrados na temporada atual mostram que o programa está cada vez mais distante de sua época de ouro, quando recordes de Ibope e votação podiam não ser regra, mas eram frequentes.

Na última segunda-feira (6/2), por exemplo, o programa atingiu apenas 18,7 pontos de audiência, ocupando o  7º lugar entre os mais assistidos da grade da TV Globo. O resultado é inferior até mesmo que ao da reprise de O Rei do Gado, em Vale à Pena Ver de Novo, que bateu 19,6 pontos.

A repercussão do programa nas redes sociais também teve uma redução expressiva. Na semana passada, o BBB23 foi comentado 2,5 milhões de vezes no Twitter, Instagram, TikTok e outras redes. Embora seja um número razoável, está bem abaixo da performance da semana anterior, quando houve 3,6 milhões de publicações. Vale lembrar que em 2021 e 2022, no mesmo período, nenhuma semana registrou menos de 3,5 milhões de menções.

BBB23 está em baixa e tem dificuldades no Ibope

Mas o que pode explica todo esse “flop” do BBB23? Ao longo da semana, o Metrópoles conversou com especialistas e até uma ex-participante do programa para entender melhor o fenômeno.

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Gabriel Santana no BBB23
Tina foi a terceira eliminada do BBB23
Fred Nicácio com placa de "venenoso" no Jogo da Discórdia do BBB23 - Metrópoles
Larissa no Jogo da Discórdia
Domitila entrou no Camarote
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Gustavo atende o Big Fone no BBB23 - Metrópoles

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Gabriel Santana no BBB23

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Tina foi a terceira eliminada do BBB23

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Larissa no Jogo da Discórdia

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Domitila entrou no Camarote

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Bruna Griphao

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Formato saturado

A doutora e pesquisadora em Comunicação Digital na USP, Issaaf Karhawi, acredita em desgaste tanto do formato de distribuição quanto do gênero reality show.  A emissora transmite o programa no Globoplay, mas a plataforma detém apenas 8% da fatia de assinantes do streaming, Netflix, Prime Video, Disney + e HBO Max, segundo dados do Justwatch

“É um programa longo, que precisa que o espectador esteja ali, dedicado a acompanhar. E talvez esse formato de distribuição clássico, em que você precisa acompanhar já esteja próximo do seu fim”, sugere. 

“Para não ser tão generalista, talvez no reality show, que é um programa que estimula muito as audiências televisas, que incita a participação, esse formato de distribuição não esteja condizente com os espectadores, que consomem em segunda tela, acompanham as discussões pelo Twitter e se informam em perfis de celebridades e de fofocas no Instagram’, analisa.

Issaaf Karhawi

A especialista pondera que apesar da repercussão positiva de outros realities, como o Casamento às Cegas, da Netflix, o BBB23 tem um formato baseado na intimidade dos participantes, algo que também pode ser acessado pelas redes sociais. “A gente consome muito esse tipo de conteúdo que tem a ver com a vida privada das pessoas, e talvez o BBB precise entender essa avalanche de ‘microrealities diários’, na palma da mão, como concorrência para o programa”. 

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Baixa audiência de Travessia

O baixo rendimento de Travessia, que acaba de completar 100 episódios, também explica os números ruins do BBB23. Apesar de estar acima do reality global em audiência, a trama de Glória Perez tem sido alvo de críticas pesadas por conta do enredo sem sentido e arrastado, além das atuações medianas.

“Acho que o problema do BBB23 é uma soma de fatores. O fim da pandemia diminuiu consideravelmente os números de audiência, mas o fracasso de Travessia influenciou. A novela derrubou tudo o que Pantanal tinha conquistado. É normal que uma atração que venha depois de outra apresente uma ligeira queda, ainda mais indo ao ar depois das 22h20”, opinou Sérgio Santos, colunista do TV História. 

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Trauma do BBB22 e A Fazenda 14

Para além de Travessia, Sérgio também avalia que  a edição do ano passado do Big Brother e A Fazenda 14, da Record, têm sua parcela de responsabilidade no fracasso do BBB23.  “O fiasco do BBB22 afastou o público. Tanto que até a expectativa com o BBB23 se mostrou muito menor. Nem teve tanta repercussão assim sobre qual famoso ia entrar ou não. No ano passado, a expectativa era imensa por causa do sucesso do BBB21 com a Juliette”, diz. 

“O horror que foi a A Fazenda 14, com um show de ofensas, agressões e falta de credibilidade, foi a pá de cal que faltava para afetar os realities em 2023. E o elenco do BBB nem está ruim. É até interessante, mas esse início não tem animado muito porque o público não gostou da criação de grupos que rivalizam”, completa Sérgio. 

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Passa na hora de dormir

O Big Brother Brasil também deixou de considerar o dia a dia dos brasileiros, que voltou ao normal após o avanço da vacinação contra a Covid-19. O programa inicia logo após após Travessia, por volta das 22h30 e, por diversas vezes na semana, só termina na madrugada do dia seguinte.

As pessoas retornaram à rotina com tudo. E já vi muita gente falando que o BBB está passando muito tarde”, afirma a ex-BBB Gizely Bicalho, que participou do BBB20, um dos marcos de audiência do programa.

Ela acredita que existem vários fatores que diferenciam sua edição da atual, mas a principal é a qualidade do elenco. “Como eu sempre brinco, o Boninho pode tentar, tentar, tentar, mas igual ao elenco do BBB20 nunca mais. O elenco foi muito bom, estávamos em pandemia, as pessoas estavam em casa e queriam ver BBB. Como o enredo era legal, as pessoas acabaram se viciando no programa”.

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Falta de apelo do Camarote

O publicitário Caio Braga, especialista em branding, explica que o Big Brother Brasil é um produto ambivalente: existe um reality show para o público e outro para as marcas. “A edição 23 vem mostrando, até o momento, que esses dois não estão acontecendo em sintonia”, diz.

Isso porque, segundo o publicitário, apesar da queda na audiência,  o BBB23 iniciou com status recordista. “O plano comercial já garantiu quase R$ 1 bilhão à Globo através da comercialização das cotas de patrocínio e ações de merchandising”, revela.

Na opinião de Caio, outro fator que pode estar ligado à baixa audiência do programa é a ausência de participantes com apelo no digital na edição, uma vez que o público já se acostumou com a dinâmica do Camarote. “A título de comparação, nenhum brother ou sister carrega ‘rebanhos digitais’ como os que presenciamos com Arthur Aguiar ou alcançou algo próximo do engajamento astronômico de Juliette”, avalia.

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“Imagino que essa escolha tenha ligação direta com o desejo do Boninho de tornar o reality menos previsível, uma vez que era fácil prever os resultados dos paredões quando essas massas entravam em ação nos mutirões de votação. O preço dessa escolha é o baixo interesse do público, que ainda está ‘conhecendo’ aqueles que foram anunciados como famosos”, conclui.

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