metropoles.com

Análise: Globo se joga no erro de tentar imitar a internet

Novo programa da emissora acumula impressões negativas em sua semana de estreia

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Victor Pollak/Globo
Se-joga
1 de 1 Se-joga - Foto: Victor Pollak/Globo

Lançado na última segunda-feira (30/09/2019), o Se Joga começou com aquela cara de que vai acabar rapidamente. Um bom termômetro foi a repercussão ruim nas redes sociais – com comentários mais engraçados do que o próprio programa. Mas onde está o erro da nova aposta da Rede Globo?

Uma pista pode ter sido dada por um apresentador da concorrente Bandeirantes. Milton Neves foi ao Twitter esculachar o Choque de Cultura Show.

Evidentemente, Milton Neves está errado: Choque de Cultura é uma das novidades mais legais no universo dos “guerreiros do audiovisual brasileiro”. Porém, esta atual temporada, acrescida do adjetivo “show”, parece mais fraca do que as outras: e um dos motivos pode ser justamente a chegada à Globo.

Trazer youtubers para o elenco é uma estratégia da emissora para tentar atrair os telespectadores mais jovens: dados mostram que o Brasil só perde para Índia no consumo de vídeos por streaming, com destaque para o YouTube.

Divulgação
Choque de Cultura Show

Quando o assunto é redes sociais, somos novamente o segundo no ranking global de uso das redes sociais. Em média, o brasileiro fica 150 minutos por dia no Twitter, Instagram, Facebook etc. O resultado disso são milhões de memes, talvez nosso grande produto na indústria criativa.

No caso do Choque de Cultura, a pauta do programa ficou atrelada aos filmes exibidos na faixa do Temperatura Máxima. E isso, infelizmente, prejudicou as tiradas dos nossos bravos motoristas. E o tal cenário com plateia… Sei lá, não me convenceu!

Se Joga

Porém, o foco aqui não é o bom Choque de Cultura. O problema é o ruim Se Joga, ancorado por Fernanda Gentil, Érico Braz e Fabiana Karla. Para dinamizar o desgastado formato de game show, a direção global tenta emular no estúdio o ambiente das redes sociais.

Essa premissa não tinha, de fato, como funcionar. A internet tem sua própria linguagem – 100% baseada em memes ou gritos de youtubers – e a televisão, ao longo de suas décadas de existência, criou sua forma de entreter.

Veja os comentários negativos em relação à estreia do Se Joga:
19 imagens
1 de 19

2 de 19

3 de 19

4 de 19

5 de 19

6 de 19

7 de 19

8 de 19

9 de 19

10 de 19

11 de 19

12 de 19

13 de 19

14 de 19

15 de 19

16 de 19

17 de 19

18 de 19

19 de 19

É possível dinamizá-la sem apelar para um grande telão emulando a tela do WhatsApp, com direito a áudio. Quem, em sã consciência, quer ouvir um áudio na TV?

Exemplos de novas linguagens não faltam. The Politician, da Netflix, inova ao acrescentar o dinamismo do mundo atual nas séries. A própria Globo conseguiu isso com o Tá no Ar: A TV na TV e, com um pouco menos de sucesso, no Zorra.

Tentar transformar um programa numa grande timeline do Twitter ou num grupão de zap zap vai fazer a atração “se jogar” no lixo.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?