American Crime Story: entenda o drama que ronda a nova temporada
Americanos estão preocupados em relação à data de estreia da série, semanas antes das eleições presidenciais de 2020
atualizado
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A terceira temporada de American Crime Story foi anunciada pelo criador, Ryan Murphy (Glee, American Horror Story, Pose), no início do mês. No entanto, a temática e a previsão de estreia têm preocupado os cidadãos americanos por conta das próximas eleições presidenciais.
Batizada de Impeachment: American Horror Story, a trama busca “desvendar o escândalo nacional que envolveu Paula Jones, Monica Lewinsky e Linda Tripp como principais personagens do primeiro processo de impeachment dos Estados Unidos em mais de um século”, de acordo com a sinopse divulgada pelo canal FX.
O elenco principal conta com Sarah Paulson no papel de Linda Tipp, Beanie Feldstein no papel de Monica Lewinsky e Annaleigh Ashford interpretará Paula Jones. A nova temporada tem previsão de estreia para o dia 27 de setembro de 2020 nos Estados Unidos. O problema está bem aí: a estreia aconteceria apenas semanas antes da eleição presidencial.
Eleições de 2020
Enquanto alguns estão animados para a estreia, outros perceberam a proximidade da data com a data das eleições. O medo é que o seriado, ao revisitar o infame caso de Bill Clinton e Monica Lewinsky, possa ajudar o presidente Donald Trump a ser reeleito.
O autor e jornalista de entretenimento na Entertainment Weekly, Mark Harris, afirmou que apesar de estar ansioso para ver a série, espera que a FX reconsidere a data de lançamento. “Não há nada que o Trump gostaria mais do que tornar [os últimos momentos da campanha eleitoral] de 2020 em uma revisitação aos Clintons”, disse Mark em um tuíte, “É um desserviço ao nosso frágil sistema político e às talentosas pessoas envolvidas nesse show”.
A scenario in which the Democratic nominee is asked at every October campaign stop, “Do you disavow Bill Clinton? Hillary Clinton? The Clinton era?” is easy to imagine. And FX can’t pretend the art will speak for itself when it’s deliberately timed to speak to something else.
— Mark Harris (@MarkHarrisNYC) August 7, 2019
Mark ainda afirma que o timing do anúncio da estreia da terceira temporada é suspeito. “Oponho-me a uma estreia anunciada com 14 meses de antecedência que é uma tentativa de inserir o show na conversa eleitoral”, escreveu Mark. “Um cenário no qual o nomeado Democrata é perguntado em qualquer parada da campanha ‘Você repudia Bill Clinton? Hillary Clinton? A era Clinton?’ é fácil de imaginar”, concluiu.
A defesa da FX
O presidente da emissora, John Landgraf, se defendeu na terça-feira (06/08/2019) em um evento de imprensa para a Associação de Críticos de Televisão.
“Não acredito que vai determinar quem é o próximo Presidente dos Estados Unidos”, afirmou Landgraf sobre a série. “Acho que é um pouco histérico. Sou insistente e vou apoiar artistas que farão ótima arte e querem lançá-la em um momento que as pessoas vão assistir [à série]”, afirmou o executivo.
A série será uma adaptação do livro A Vast Conspiracy: The Real Story of the Sex Scandal That Nearly Brought Down a President, escrito por Jeffrey Toobin e lançado em 1999.
Monica Lewinsky
Monica Lewinsky, uma das mais importantes figuras na série também é essencial no seu cargo de produtora. Em carta enviada à Vanity Fair, Lewinsky lembra de se encontrar com o criador da série, Ryan Murphy, em uma festa de Hollywood. Foi aí que ele a convidou para fazer parte do projeto. “Ninguém deveria contar sua história exceto você, e é meio nojento se [fizerem isso]”, ela reconta o que Murphy a disse.
Em carta à publicação, Lewinsky afirma que hesitou aceitar o cargo por medo, mas que após um jantar com Murphy, ela aceitou ajudá-lo a produzi-la. “Pessoas têm cooptado e contado minha parte nessa história há décadas. Na verdade, não foi até alguns anos atrás que consegui completamente reivindicar a minha narrativa; quase 20 anos depois”, conta Monica.