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Alinne Moraes sobre vilã de Espelho da Vida: “Isabel é meio demoníaca”

A atriz viverá a antagonista na trama espiritualista de Elisabeth Jhin

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De volta às novelas, Alinne Moraes viverá a antagonista Isabel em Espelho da Vida, mais uma trama espiritualista de Elisabeth Jhin. Na história, ela aparenta ser uma boa pessoa, mas, na verdade, é dissimulada e mau-caráter.

A personagem foi noiva de Alain (João Vicente de Castro) no passado, mas o romance terminou quando ele descobriu que a amada o traía com seu primo e melhor amigo, Felipe (Patrick Sampaio), pai da criança.

Jornalista na cidade de Rosa Branca, ela ajuda na livraria de Margot (Irene Ravache) e Vicente (Reginaldo Faria). É mãe de Priscila (Clara Galinari) e filha de Edméia (Patricya Travassos), com quem tem uma relação conturbada.

Este é seu segundo trabalho com Elizabeth Jhin. Como está sendo para você?
Voltar como antagonista é a coisa mais incrível do mundo. Em Além do Tempo, também contamos duas histórias. Então, agora é um trabalho completamente diferente, numa outra posição. A outra antagonista da Elizabeth, de Além do Tempo, era mais mimada e leve. Já a Isabel é bem pesada, meio demoníaca.

Ela vai infernizar o Alain?
Vai infernizar sim. Depois, todos vão saber quem é o verdadeiro antagonista da história.

Isabel vai usar a filha contra o ele?
Ela tem outros trunfos na manga, muito maiores do que o fato de ser filha ou não. Mais fortes do que essa coisa da paternidade, quase sempre presente em todas as novelas.

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Isabel (Alinne Moraes), Alain (João Vicente de Castro) e Cris (Vitória Strada)

 

E a mãe, volta para ajudá-la? Como é a relação entre elas?
Isabel acusa a mãe de nunca ter estado presente em sua vida, de tê-la deixado solitária quando mais precisou. E ela realmente necessitou dar a volta por cima para se manter na cidade como ‘mãe solteira’. A Edméia não esteve lá. Preferiu ir atrás de sua ligação religiosa e salvar a filha, mas a Isabel não consegue ter esse entendimento e só julga a mãe, fazendo cobranças por coisas do passado.

Ela tem um quê de humor?
Toda vilania, principalmente quando é muito ao extremo, fica tão surreal que acaba tendo um ponto de leveza. São tão malucas as possibilidades, por isso a Isabel se torna um pouco engraçada. Mas só um pouquinho!

Ela vai ter alguma relação com vidas passadas?
Vai sim. Dá para entender o motivo de boa arte dessa vilania. Ela se tornou uma mulher amarga, má e egoísta por conta desse passado vivido em 1930. Não posso dizer que quem era bom vai ficar ruim e quem era ruim vai ficar bom, mas todos vão se surpreender o tempo inteiro. É uma loucura.

Você é ciumenta?
Aos 19, 20 anos, eu tive vários namorados ciumentos. Por conta deles, eu também fiquei, mas comecei a perceber que essas relações não estavam tirando o meu melhor. Não era algo bom para mim nem para ele. E terminei justamente por sentir de ciúme. Esse sentimento é insegurança e não posso ficar trabalhando com coisas. Tem a ver com maturidade, mas tem muito a ver comigo.

Na novela, sua filha cresceu sem um pai. Você viveu algo parecido?
Eu lembro que não conhecia meu pai e ele ligou para a Globo para me encontrar. Eu tinha 22 anos e a emissora me perguntou se era verdade. Decide ir falar com ele. Poderia negar isso porque ele nunca foi atrás de mim. Mas, retrocedendo, desde pequena falava com minha mãe: “Ele era muito novo. Ele errou, e, quanto mais o tempo passa, mais difícil está ficando para ele”.

Então, não tenho que julgar. Minha primeira personagem foi uma mãe solteira com 17 anos de idade. Eu contei quase a história da minha mãe. Tive a oportunidade de dar grandes passos em cima de preconceitos com uma homossexual, uma cadeirante, uma psicopata e outros papeis. A arte encanta, salva.

Você conseguiu perdoar seu pai?
Não tinha o que perdoar. A partir do momento que eu já entendo, vou perdoar o quê? Ele morreu logo na sequência.

Como está sendo para os atores a preparação para os personagens?
A gente começou a preparação para 1930 há pouquíssimo tempo. Brinco que é um trabalho esquizofrênico. Ao meio-dia estamos em 1930, às seis da tarde voltamos para 2018. Como não temos cidade cenográfica por uma opção do Pedro Vasconcelos (diretor), a gente está tendo essa coisa de cinema, de ter a oportunidade de estar em uma cidade de verdade gravando. Isso deixa tudo um pouco mais delicado, viajamos para Mariana, Tiradentes e Carrancas, no interior de Minas Gerais. As imagens são lindas e trazem uma veracidade incrível.

Você já passou por um déjà vu?
Já, muitos! Acho que todo mundo já deve ter tido essa sensação. Não é raro comigo, e como viajei muito, sempre tenho a sensação de que já estive naquele lugar. Outro dia eu estava com meu marido em um restaurante, começou a tocar uma música, ele fez um gesto e eu pensei: “Gente, já estive aqui antes”.

Você acredita em reencarnação?
Eu já acreditei muito. Hoje não acredito nem desacredito. Tenho muita coisa para pensar neste momento do que ficar imaginando se há outra vida após a morte. Essas perguntas eu me fazia quando era bem pequenininha, até mais ou menos sete anos. Tem gente que se pergunta depois dos trinta, quarenta. Cada um tem um momento certo.

Você tem alguma religião?
Não, só desejo o bem das pessoas. Eu me coloco muito no lugar dos outros, e acredito que a bondade gera bondade.

Você levou seu filho para as viagens de gravação?
Não. Ele está com quatro anos e já tem a própria rotina, os amiguinhos… O que eu combinei com a produção é o seguinte: ficamos 10 dias por mês em cada cidade, e eu pedi para ficar dois dias, voltar e ir de novo. Eu sou a única no elenco com filho pequeno.

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