Aguinaldo Silva: “Em O Sétimo Guardião, tudo pode acontecer”
Em entrevista ao Metrópoles, autor da nova novela das 21h fala sobre o elenco da produção e seu retorno ao realismo mágico
atualizado
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Nascido em Carpina, no interior de Pernambuco, Aguinaldo Silva, o autor de O Sétimo Guardião, novela das 21h da TV Globo, começou a trabalhar aos 14 anos. Com o dinheiro de seu primeiro salário, resolveu comprar o livro Bom Dia, Tristeza, escrito por Françoise Sagan, e sua vida se transformou. Afinal, a obra o despertou para a carreira. Dois anos depois, publicou seu primeiro trabalho, Redenção para Job, e logo estava empregado no jornal Última Hora.
Sua carreira como roteirista teve início por acaso, quando já estava vivendo no Rio de Janeiro. Logo após deixar o jornal O Globo, no qual exercia o cargo de editor, recebeu uma ligação de Daniel Filho. O motivo: escrever um seriado policial para a TV. Nascia Plantão de Polícia, que se tornou um sucesso. Daí em diante, não parou mais. Hoje, com mais de três décadas de carreira, Aguinaldo soma quase vinte novelas, seriados e minisséries – incluindo aquela que foi a primeira: Lampião e Maria Bonita.
Ao longo das décadas de 1980 e 1990, o autor escreveu várias novelas bem-sucedidas no universo do realismo mágico, como Tieta, Pedra Sobre Pedra, Fera Ferida e A Indomada. Seu mais recente trabalho nesse gênero tinha sido Porto dos Milagres, em 2001. No ar desde a última segunda, dia 12 de novembro, O Sétimo Guardião marca seu retorno a esse universo, em que, como ele diz, “tudo pode acontecer”.
Confira a entrevista com Aguinaldo Silva:
Como surgiu a ideia de escrever O Sétimo Guardião?
Quando comecei a pensar nessa novela, me veio essa questão do valor da água e o fato de que, em breve, ela vai se tornar o bem mais precioso do planeta. Ao mesmo tempo, eu já vinha tendo a vontade de retornar ao realismo mágico. Então, criei essa fonte protegida por sete guardiães e a história de amor de Luz e Gabriel.
Por que você decidiu voltar ao realismo mágico?
Comecei a perceber que a realidade estava ficando dura demais, e que nenhuma ficção poderia competir com isso. Além do mais, me divirto nesse estilo, em que tudo é possível e o escritor é senhor absoluto dos acontecimentos. Tanto que, se eu quiser, posso fazer até um carro voar. E quando percebo que o espectador acreditou nessas ideias, a sensação é boa demais.
O público tem muita curiosidade sobre suas vilãs. Como é Valentina Marsalla?
Eu não gosto de personagens que são vilãs porque são más apenas. Eu acho que a vilã tem que ter sempre uma motivação. Além disso, para que ela não fique pesada e pavorosa, tem que ser bem-humorada. Valentina será uma supervilã, com essas características.
Como está sendo repetir a parceria com Rogério Gomes, o Papinha, com quem trabalhou em Império?
Sempre dei muita sorte com os diretores que tive em minhas novelas. Paulo Ubiratan era um gênio, o Wolf (Maia) também. E o Papinha não é propriamente um diretor, mas um cúmplice. Ele entende perfeitamente o que quero dizer no texto e procura não apenas ser fiel a isso, mas criar em cima disso.
Como foi a escalação do elenco para a novela?
Não penso muito nos atores antes de ter a história e os perfis escritos. No caso de O Sétimo Guardião, havia atores com os quais eu gostaria de trabalhar, independentemente da história, como a Marina Ruy Barbosa e a Lília Cabral, além do Tony Ramos, que até então nunca tinha estado em nenhuma obra minha. Da mesma forma que, ao longo da escalação, alguns acabam sendo uma grata surpresa, como a Nany People, em quem eu não havia pensado lá no início e agora estou muito feliz por ter no elenco.
O que o público pode esperar de O Sétimo Guardião?
Nessa novela tudo pode acontecer. E aguarde, porque, em geral, acontece.