Teatro Oficina Perdiz reabre em novembro, agora para valer
Inaugurado em junho com a reforma ainda inacabada, o espaço na 710 Norte tem programação confirmada até abril de 2016
atualizado
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Depois de uma longa batalha, José Perdiz (foto no alto) inaugurou, em junho, a sede definitiva do teatro que leva seu nome, na 710 Norte. A cerimônia teve até a presença do governador Rodrigo Rollemberg. As instalações, contudo, estavam inacabadas. De lá para cá, palco e revestimento acústico ficaram prontos. Falta ainda montar a arquibancada e instalar as cadeiras.
A estrutura incompleta não foi empecilho para Luciana Martuchelli estrear o tablado do Teatro Oficina Perdiz. Em setembro, a diretora comandou “Fahrenheit — Cantos e Contos de João de Ferro, uma Arqueologia Sobre Novas Masculinidades”. O espetáculo ficou em cartaz apenas três dias. Em novembro, a montagem retorna ao espaço, desta vez, com a infraestrutura completa.
De acordo com Marcos Pacheco, braços direito e esquerdo de José Perdiz, a programação do local está confirmada até abril de 2016. Após a peça de Martuchelli, o local recebe o espetáculo “Bruno Estrela” (dezembro) e faz uma pausa para o recesso em janeiro. Em fevereiro e março, Adilson Mottor, Márcia Marmori e Andrade Júnior encenam “Casamento Instável, Sujeito a Chuvas e Trovoadas”, sob direção de Gê Martú. Em abril, começa a temporada de “Cicatrizes”, projeto de Em Comma Produções.
Quarenta anos de teatro
A história de José Perdiz com o teatro começou há 40 anos na 708/709 Norte. Na antiga sede, Perdiz viu a oficina mecânica se transformar em palco para os ensaios da trupe do enteado, aluno de teatro da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes; e em cenário para montagens históricas como “Esperando Godot”, “Diário do Maldito” e “Bella Ciao”.
No início dos anos 1990, o Teatro Oficina Perdiz se consolidou como ponto de referência das artes cênicas brasiliense. Contudo, uma década depois, a situação do espaço mudou radicalmente. O debate sobre a legalidade do teatro, então em área pública, voltou à pauta do governo local e federal. Em 2009, os bombeiros condenaram a estrutura do local, impossibilitando a apresentação de espetáculos.
A situação só foi resolvida no início de 2015, quando José Perdiz e família se mudaram para novo endereço na Asa Norte.