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Teatro de grupo no DF começou com Sylvia Orthof

Professora da UnB nos anos 1960, a escritora carioca montou “Morte e Vida Severina” com elenco amador formado por jovens e operários

atualizado

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A genealogia brasiliense do teatro de grupo remonta à figura pioneira de Sylvia Orthof na década de 1960. Já consagrada com o Teatro Brasileiro de Comédia, ela veio ser professora da Universidade de Brasília (UnB).

A escritora carioca Sylvia Orthof: peça interrompida pelos militares
A escritora carioca Sylvia Orthof: peça interrompida pelos militares

À frente de um grupo amador formado por jovens e operários, Sylvia montou “Morte e Vida Severina”, a partir da obra de João Cabral de Melo Neto, em espetáculo de claro teor político. Sua temporada no Sesi de Taguatinga foi interrompida por intervenção do regime militar.

Na mesma época, o Grupo Grutta girava em torno do produtor Bené Setenta e do diretor José Nazareno. Revelou nomes como Gê Martú. Enquanto no Colégio Pré-Universitário, a área de artes cênicas era coordenada por Laís Aderne e reunia gente como Dimer Monteiro, João Antônio, Néio Lúcio e os alunos Guilherme Reis e Iara Pietricovsky.

Subtextos políticos
Hugo Rodas chegou à capital em 1975 vindo de uma larga experiência em Montevidéu. Por aqui, logo montou o primeiro de seus grupos, o Pitú, que se fez notar por sua versão de “Os Saltimbancos”, de Chico Buarque. Sua encenação emprestava subtextos políticos e sociais numa época de censura feroz. Também num registro de subversão, Ary Pára-Raios se tornava naquele então outra figura definidora do teatro local. Ele formou o Esquadrão da Vida, que hoje tem seu legado levado adiante pela filha Maíra Oliveira.

Hugo Rodas criou o Pitú, que ficou conhecido por montagem de "Os Saltimbancos"
Hugo Rodas criou o Pitú: montagem marcante de “Os Saltimbancos”

Na mesma época, Néio Lúcio organizava o Grupo Cabeças, que se expandiria para muito além da dramaturgia, juntando música e artes visuais nos Concertos Cabeças. O evento se tornou um marco da primeira geração de artistas nascidos e crescidos no Distrito Federal.

Liberdade temática
Formado durante uma greve na UnB, o grupo Vidas Erradas marcou a geração 1980, com Marta Benévolo e Fernando Villar aproveitando a liberdade temática que os cariocas do Asdrúbal Trouxe o Trombone imprimiam ao teatro nacional. Enquanto os grupos Carroça, de Humberto Pedrancini, e Katharsis, de Chico Expedito, ganhavam projeção graças ao Prêmio Mambembe.

O Circo Teatro Udigrudi segue em atividade desde aquela época, assim como o Celeiro das Antas, de José Regino, que hoje concilia trabalho experimental, teatro de bonecos e até peças para bebezinhos. Assim como ele, outros veteranos ainda movimentam os grupos da cidade.

De aluno nos anos 1970, Fernando Villar passou a professor da UnB, e hoje está à frente do Chiia, Liiaa! Seu colega Guilherme Reis montou o Grupo Cena, criou o festival Cena Contemporânea e hoje é secretário de Cultura do DF. E Hugo Rodas agora comanda a Agrupação Teatral Amacaca.

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