Prêmio Sesc do Teatro Candango revela os vencedores de 2018
Autópsia, de Jonathan Andrade, levou o prêmio da noite, de melhor espetáculo, enquanto o mestre Zé Regino ganhou a estatueta de direção
atualizado
Compartilhar notícia
O tradicional Prêmio Sesc do Teatro Candango revelou, na noite desta terça-feira (5/12), os vencedores da 15ª edição da única premiação voltada às artes cênicas do Distrito Federal. Tomado por discursos políticos contrários ao governo eleito, os artistas ocuparam o palco do Teatro Newton Rossi, na unidade do Sesc em Ceilândia.
A peça Autópsia – A continuação (Ato IV), dirigida por Jonathan Andrade, levou o principal prêmio da noite, de melhor espetáculo. O trabalho ficou ainda com as estatuetas de melhor atriz (Maria Eugênia Félix) e melhor figurino, elaborado pelas catadoras do antigo Lixão da Estrutural Rachel de Oliveira, Thayná Caminho dos Santos e Jordelina dos Santos Soares, cujas histórias inspiraram o enredo e dramaturgia do espetáculo. O discurso de agradecimento das trabalhadoras emocionou o público, que se levantou para saudá-las.
A remontagem de Sonho de Uma Noite de Verão, do celebrado grupo Celeiro das Antas, foi outro destaque da premiação ao consagrar Rodrigo Lelis como melhor ator e o mestre Zé Regino como melhor diretor. Nas últimas três décadas, Zé Regino e o Celeiro se tornaram referências máximas na palhaçaria e no teatro do Distrito Federal.
Vencedor em três categorias, o Coletivo Criadouros festejou o espetáculo Cria, laureado com melhor cenografia (Ana Flávia Garcia, Caísa Tibúrcio, Nara Faria e Roustang Carrilho), melhor iluminação (Marcelo Augusto) e melhor dramaturgia (Ana Flávia Garcia).
Confira a lista completa de vencedores:
Melhor espetáculo: Autópsia – A continuação (Ato IV), de Jonathan Andrade
Melhor direção: José Regino, por Sonho de Uma Noite de Verão
Melhor atriz: Maria Eugênia Félix, por Autópsia – A continuação (Ato IV)
Melhor ator: Rodrigo Lelis, por Sonho de Uma Noite de Verão
Melhor cenografia: Ana Flávia Garcia, Caísa Tibúrcio, Nara Faria e Roustang Carrilho, por Cria
Melhor figurino: Rachel de Oliveira, Thayná Caminho dos Santos e Jordelina dos Santos Soares, por Autópsia – A continuação (Ato IV)
Melhor dramaturgia: Ana Flávia Garcia, por Cria
Melhor sonoplastia: Chico Mosrri, Simone Reis e Bruna Martini, por Stanisloves-me
Melhor iluminação: Marcelo Augusto, por Cria
Melhor espetáculo de rua: Segura Mamãe!, da Cia Sorte
Melhor espetáculo infantil: Bendita Dica, da Cia Burlesca
Além dos vencedores, que levaram o total de R$35,5 mil para casa, o Prêmio Sesc do Teatro Candango homenageou ainda dois artistas queridos da cena cultural do DF, Damião dos Santos e Preto Rezende, longamente aplaudidos pela plateia por conta da árdua jornada de devoção e esforço em prol do teatro de Brasília.
A partir do exemplo de edições passadas, o Sesc voltou a convidar um artista de renome nacional a também ocupar o palco da premiação. Durante o discurso de agradecimento, a atriz Júlia Lemmertz fez coro às manifestações políticas, demonstrou preocupação com “os anos por vir”, celebrou a figura do Sesc como o “real Ministério da Cultura do país” e endossou a força vocacional do ofício:
Por que a gente escolheu ser artista? Vamos encarar! E vamos falar o que tiver que ser dito. O teatro sempre vai ser importante, necessário e transformador
Júlia Lemmertz, atriz