Musical usa canções de Raul Seixas para questionar conceito de loucura
Miguel de Cervantes e Lewis Carroll são outras referências utilizadas pelo ator/autor Bille Zampaulo na peça, em cartaz no CCB, com entrada franca
atualizado
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Bile Zampaulo lia uma tese de doutorado sobre Raul Seixas quando um dado chamou sua atenção: houve um aumento significativo de manicômios no Brasil durante o período da ditadura militar. As reflexões que tal informação provocaram no ator acabaram sendo o ponto de partida para “Diário de um Maluco”, monólogo musical em cartaz nesta quarta (23/9) e quinta (24/9) no Centro Cultural Brasília, com entrada franca.
No espetáculo, o ator/autor recorre a poesias, frases, trechos de clássicos como “Dom Quixote” e “Alice no País das Maravilhas”, além de músicas de Raul Seixas — e do humor ácido do roqueiro. No palco, Cervantes, Lewis Carroll e o Maluco Beleza se aproximam por uma tema comum: a loucura. Afinal, quem é louco, quem é são?
Para Zampaulo, “Diário de um Maluco” foi a maneira que achou de dar seu grito de indignação contra essa ainda pouco conhecida barbárie histórica. Sua intenção é partilhar com a plateia sua perplexidade, é provocá-la a refletir sobre algo que efetivamente ocorreu em nosso país, “e que possamos evitar a repetição de erros tão grosseiros e desumanos”.
A peça musical tem direção de Larissa Leitão e direção de movimento de Juliana Drummond (diretora do musical “Desbunde”). A direção e produção musical ficou a cargo de Angelo Caputo.
Quarta (23) e quinta (24), às 21h, no Centro Cultural de Brasília (CCBB) (601 Norte, Módulo B, 3426-0400). Entrada franca. Não recomendado para menores de 16 anos.