Musical A Casa das Sete Mulheres define elenco principal
Espetáculo deve estrear nos palcos em 2020
atualizado
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O gigante começa a dar seus passos iniciais. Depois de anunciado pelo jornal O Estado de S. Paulo em setembro, o espetáculo A Casa das Sete Mulheres – O Musical já definiu os primeiros nomes de um elenco estelar que vai interpretar no palco o épico brasileiro escrito por Letícia Wierzchowski: Marisa Orth, Murilo Rosa, Fafy Siqueira, Saulo Vasconcelos, Alessandra Maestrini, Myra Ruiz, Alessandra Verney e uma aposta da produção, Sandra Rabinovitch.
“Na verdade, escolhemos apenas um terço do elenco. O restante será definido em audições que acontecerão em São Paulo e Porto Alegre, no segundo semestre de 2019”, comenta Lázaro Menezes, ator, diretor e companheiro na vida e na arte da atriz e produtora Kiara Sasso. Juntos, eles assumiram essa empreitada que promete ser única entre as produções nacionais de musical.
Afinal, o projeto é grandioso e já foi autorizado a captar R$ 9,2 milhões via leis de incentivo. A previsão de estreia é no início de 2020, talvez março, em São Paulo – está confirmada também uma temporada em Porto Alegre. O próximo ano, portanto, será dedicado ao longo processo de produção, pois, como a própria Kiara comenta, “esse será o nosso Les Misérables”. No musical, já estão presentes o encenador Ulysses Cruz, que assinará a direção-geral, e Letícia Wierzchowski, autora do best-seller que inspira a trama e que participa da adaptação para o palco.
Lançado em 2002 pela editora Record e transformado em uma minissérie de grande sucesso pela Globo no ano seguinte, o romance é ambientado durante a Revolução Farroupilha (1835-1845), no Sul do país, e mostra como o líder do movimento, general Bento Gonçalves da Silva, isola as mulheres de sua família em uma estância afastada das áreas de conflito com o propósito de protegê-las. Quando a guerra começa a se prolongar, a vida daquelas sete mulheres passa por inúmeras transformações. “São esses ingredientes que aproximam a obra de Letícia a Os Miseráveis, de Victor Hugo, que inspirou o musical inglês e sua estrutura épica”, comenta Kiara que, junto de Menezes, comanda a O Alto Mar Produções Teatrais, responsável por viabilizar o projeto.
Juntos, eles fizeram a escolha dos primeiros atores. “Estudando cada personagem e pensando nos atores que conhecemos, conseguimos traçar um elenco muito interessante. Havia personagem que se encaixava direito em alguns artistas que conhecemos”, comenta Kiara. Essas definições também norteiam a adaptação e a seleção musical, que será original, assinada por Marcus Vianna, autor também da trilha da minissérie, baseada em ritmos típicos do Sul do país.
“Ao fazermos agora a adaptação do texto e a inserção das canções, já pensamos nos atores escolhidos, buscando o tom certo, para que, da personalidade do artista e da do personagem, nasça a melhor fusão”, observa Menezes, que também estará no elenco, ao lado de Kiara.
É curiosa a presença do ator Murilo Rosa, único a ter participado da minissérie, na qual viveu o coronel Afonso Corte Real, um dos mais ativos combatentes na Revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, movimento de caráter republicano que se insurgiu contra o governo imperial de dom Pedro II. No musical, ele será Bento Gonçalves, também líder da revolução separatista.
Apesar do protagonismo masculino na história oficial, a trama do livro (e também a do palco) valoriza a condição feminina. “O romance mostra como as mulheres eram obrigadas a gerenciar as estâncias, gerando recursos que sustentavam o governo e, portanto, a guerra”, diz Leticia. “Elas vencem todos os obstáculos”, completa Kiara.
E, apesar da magnitude esperada para o espetáculo – afinal, não faltarão cenas com cavalos e, principalmente, terá a com o famoso transporte de dois enormes barcos pelo campo, puxados por 48 bois –, a direção de Ulysses Cruz apostará na magia teatral. “Como Les Misérables, é um espetáculo com momentos grandiosos que incentivam a imaginação do público. Não precisamos mostrar tudo.”