Festival convoca espetáculos da cultura periférica, afro e LGBTQ
Iniciativa inédita na região do Riacho Fundo, Riacho Fundo II e Recando das Emas, a mostra Fundão aposta no teatro como ferramenta social
atualizado
Compartilhar notícia
Há tempos, Brasília deixou de depender do centro para disseminar cultura. Hoje em dia, observa-se justamente o oposto na busca por manifestações artísticas: um êxodo do Plano Piloto para as regiões administrativas. Se o tema for teatro então, considerando a precariedade dos equipamentos culturais do Plano, tem sido recorrente a inciativa de ocupar novos lugares e palcos pelo Distrito Federal. A recém-nascida Mostra de Teatro do Fundão é a prova mais recente desse movimento.
Disposto a levar uma programação internacional, nacional e local de teatro ao Riacho Fundo, Riacho Fundo II e Recanto das Emas, quebrando um paradigma histórico, o Fundão corre justamente na premissa da descentralização das artes, à procura de primeiros espectadores. Além da iniciativa inédita de levar um repertório cênico de peso para as regiões, o festival inova ainda na logística e nas reverberações, focando em temáticas que perpassem a cultura periférica, o movimento afro e a comunidade LGBTQ.
Vamos disponibilizar transporte para os moradores terem acesso aos espetáculos. Além disso, também iremos promover encontro de professores de artes das três regiões, de forma a pensarmos juntos em novas maneiras de fomentar público
Guylherme Almeida, curador e coordenador da mostra
Até o próximo dia 20 de agosto, estão abertas as inscrições para os grupos e artistas interessados em integrar a programação. A curadoria ficou a cargo do produtor Guylherme Almeida, um dos principais agitadores culturais da cidade e idealizador do projeto, e Diego Ponce de Leon, crítico de teatro, mestre em artes cênicas e jornalista. A primeira edição do Fundão acontece entre 23 e 29 de outubro de 2018.