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Fechado há 5 anos, principal teatro da UnB amarga esquecimento

Único espaço destinado à apresentação dos alunos de Artes Cênicas foi lacrado devido a problemas estruturais

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UnB Teatro Helena Barcelos fachada 1
1 de 1 UnB Teatro Helena Barcelos fachada 1 - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

A Universidade de Brasília (UnB) esconde no campus Darcy Ribeiro um tesouro para os amantes das artes cênicas. Trata-se do Teatro Helena Barcelos, localizado ao lado do Instituto de Artes, a poucos metros do ICC  – o famoso Minhocão.

Fechado há mais de cinco anos por causa de uma série de problemas estruturais, o espaço enfrenta uma verdadeira via-crúcis para ser reaberto. A administração da UnB diz que a reforma do espaço custará R$ 1,2 milhão e promete a execução do projeto para breve.

“Sabemos que esse é um déficit da universidade. O projeto já está sendo avaliado e, caso esteja tudo nos conformes, poderemos abrir licitação e iniciar as obras ainda neste semestre”, disse o chefe de gabinete da reitoria, Paulo César Marques. Apesar de parecer bastante otimista, esse discurso vem se repetindo desde o fechamento do espaço, momento em que Paulo era prefeito do campus – e, desde então, nada ocorreu.

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O elevador hidráulico, que movimenta o palco, foi consertado e está funcionando
O local serve de depósito para uma série de materiais cênicos
Alguns alunos obtêm autorização para ensaiar seus espetáculos no teatro
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O elevador hidráulico, que movimenta o palco, foi consertado e está funcionando

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O local serve de depósito para uma série de materiais cênicos

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Alguns alunos obtêm autorização para ensaiar seus espetáculos no teatro

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Uma faculdade sem laboratório

A chefe do departamento de artes cênicas, Nitza Tenenblat, ressalta a importância do espaço. “Nossos alunos têm de mendigar em outros centros culturais da cidade para poderem apresentar seus espetáculos, senão se formam sem ter uma única experiência com público”, explica.

Inspirado nos teatros oficinas encontrados em diversas cidades brasileiras, o Helena Barcelos tinha um palco central, com espaço para a plateia se sentar nos quatro cantos em dois andares. Um gigantesco elevador hidráulico movimentava o palco por cerca de três metros, permitindo a elaboração de espetáculos cênicos inovadores.

Passaram pelo teatro grandes nomes da cena brasiliense, como o diretor Hugo Rodas e a cantora lírica Silvia Davini. As peças que atingiam grande público eram levadas ao Teatro Nacional, que também se encontra fechado atualmente. Além disso, era lá que ocorria o Cometa Cenas, evento no qual os alunos apresentavam espetáculos para obter a diplomação na área.

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"Claustro", do Núcleo de Experimentação Cênica, encenada em 2010
"O Homem Cadente", de 2011
"O Naufrágio", de Silvia Davini, encenado em 2010. A peça uniu os textos de Fernando Pessoa com os de Shakespeare.
"Por Debaixo do Tapete", encenado em 2007. A peça adaptou diversas obras do cineasta Ingmar Bergman.
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"A Porca Faz Anos!", encenado em 2010. O sucesso foi tão grande que a peça foi levada para o Teatro Nacional no mesmo ano.

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"Claustro", do Núcleo de Experimentação Cênica, encenada em 2010

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"O Homem Cadente", de 2011

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"O Naufrágio", de Silvia Davini, encenado em 2010. A peça uniu os textos de Fernando Pessoa com os de Shakespeare.

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"Por Debaixo do Tapete", encenado em 2007. A peça adaptou diversas obras do cineasta Ingmar Bergman.

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Hoje em dia, esses eventos são marcados para ocorrer na Funarte ou nos teatros do Sesc que existem pela capital – espaços cedidos gratuitamente pelas instituições. Quando isso não ocorre, os alunos são obrigados a se apresentarem em auditórios e anfiteatros da UnB, que não contam com a estrutura adequada a espetáculos teatrais.

Problemas anunciados
O responsável pelo projeto, o professor de arquitetura da UnB Cláudio Queiroz, credita os problemas do Teatro Helena Barcelos a erros cometidos pela administração da UnB durante a construção.

Inaugurado em 2002, junto a todo o prédio do departamento de artes cênicas, a universidade tentava suprir uma dívida histórica com os alunos, que possuíam apenas uma sala para treinar o aprendizado na prática.

Porém, o projeto, desenhado em 1989, não teria sido finalizado. “Havia uma pressa em resolver o assunto, deixando de fazer ao menos 80 itens necessários para a conclusão do prédio”, explica Cláudio Queiroz.

Em menos de 10 anos, o espaço ficou em desacordo com as normas de segurança pública, por exemplo, sem guarda-corpo e saída de emergência no mesmo andar. O espaço também sofre com problemas estruturais, como infiltrações.

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