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Escola Americana de Brasília encena peça com figurinos reciclados

Ao longo dos últimos anos, a instituição tem investido em projetos de reciclagem, visando também ensinar a importância da sustentabilidade

atualizado

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Fiona Murphy/Divulgação
EAB peça figurino reciclável
1 de 1 EAB peça figurino reciclável - Foto: Fiona Murphy/Divulgação

Estreia, nesta sexta-feira (08/11/2019), a produção de Les Femmes Savantes, uma versão do clássico de Molière, na Escola Americana de Brasília (EAB). Reproduzida milhares de vezes ao redor do mundo desde sua criação, em 1672, a comédia é dividida em cinco atos. No entanto, a EAB terá um diferencial: todo o figurino – incluindo as perucas de época – foi produzido com materiais recicláveis. Infelizmente, a produção não será aberta ao público mas os professores envolvidos contaram os detalhes em entrevista ao Metrópoles.

Uma das diretoras da peça e professora de teatro na escola, Kate Riley, ressalta a importância da atividade na rotina de aprendizado dos estudantes. “A peça foi apresentada em Paris, em 1672, e fazia uma sátira da aristocracia parisiense”, conta. “Molière estava fazendo graça de pessoas reais! Ele deu ao seu rival o nome de Trissotin e usou sua poesia ruim no espetáculo”, conclui. Trissotin (que significa três vezes idiota em francês) era apenas um exemplo dos nomes utilizados pelo autor para insultar seus rivais da época.

“Para acentuar a sátira, eu decidi botar a peça em um lixão e fazer com que todos os personagens se vistam com materiais descartados”, explica Kate, ao falar sobre suas inspirações. “Os estudantes fizeram todos os trajes. Coletamos lixo do campus e o que as pessoas trouxeram de casa”, lembra a professora. Ainda por cima, a diretora de arte do Teatro Goldoni e designer, Maria Carmen, e sua assistente, Darlana, orientaram os estudantes com as cores e a montagem das peças.

Fiona Murphy, líder do departamento de arte na escola e professora de artes visuais, ajudou os estudantes com as perucas, que ficaram parecendo esculturas a serem usadas nas cabeças de cada personagem. Este tem sido um trabalho feito ao longo dos últimos três meses. “Esta peça virou uma atividade intracurricular, envolvendo diversos alunos e departamentos trabalhando juntos para completar esse projeto único”, diz Murphy.

Fiona Murphy/Divulgação

Kate também cita o professor de inglês David Sweetman como outro colaborador da produção: “Ele ajudou os estudantes a entenderem o contexto da peça na história, para que eles não só soubessem suas falas, mas também compreendessem o porquê de terem sido escritas anos atrás”. Também colaboraram Ailish Corcoran, Ana Petrusca, Daniel Sá (assistente na construção de perucas) Aroldo Lopes (designer de luz), Leo Pereira (assistente de luz), Lana Silveira (assistente de vestuário), Ann Waugh (designer de figurinos) e Maria Carmen de Souza (designer de set e vestuário).

A arte na educação

“A arte aumenta o pensamento crítico e oferece desafios aos estudantes de todos os níveis. Isso é especialmente importante para futuras gerações, pois temos que preparar estudantes visando empregos ainda inexistentes, exigindo deles capacidade inventiva e tomada de decisões arriscadas”, analisa Fiona Murphy,

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Sabina Solari-Toness, no papel de Armande
Anna Valdez no papel de Belise
A maquiagem ficou por conta da estudante Alisha Kenny
Thomas Brassanini no papel de Chrysale
Miguel Gonzalez no papel de Trissotin
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Sabina Solari-Toness, no papel de Armande

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Sabina Solari-Toness, no papel de Armande

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Anna Valdez no papel de Belise

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A maquiagem ficou por conta da estudante Alisha Kenny

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Thomas Brassanini no papel de Chrysale

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Miguel Gonzalez no papel de Trissotin

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Ella Dyal é uma dama de companhia

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Maya Santamaria é outra dama de companhia

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Rachel Brassanini no papel de Artiste

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Noam Knaan no papel de Vadius

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Luca Sherdan no papel de Lepine

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Sustentabilidade

O Coordenador Ambiental da EAB, Roberto Miyamoto, entende que, ao longo dos últimos anos, a escola tem demonstrado uma preocupação maior com a questão da sustentabilidade e do meio ambiente. De acordo com ele, a instituição é uma das poucas do país a possuir um cargo de gestão voltado aos temas. “Com essa função, eu pude acompanhar o planejamento e execução [do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS)]”, coloca.

Estamos expandindo o projeto de reciclagem na escola tentando abarcar cada tipo de material

Roberto Miyamoto, Coordenador Ambiental da Escola Americana de Brasília

Miyamoto conta também que a escola virou um PEV (ponto de entrega voluntária), e um contêiner na frente do estabelecimento encoraja estudantes a trazerem papel, plástico e metal a serem reciclados. Ele revela que esse resíduo tem diversos destinos, como a reutilização na EAB e a venda na Capital Recicláveis: “Tornou-se uma fonte de renda”, comemora.

A Escola Americana de Brasília ainda tem parceria com várias empresas de sustentabilidade. Uma delas é a Zero Impacto, que ajuda com a reciclagem de produtos eletrônicos. Após a coleta, a companhia vai à EAB e encaminha os resíduos para o reaproveitamento correto. Além disso, eles também têm um papa-pilhas, que recolhe e separa pilhas para serem descartadas e recicladas de forma verde. O coordenador cita ainda o projeto de um aluno da quinta série, que incentivou a instituição de ensino a enviar materiais escolares à Faber Castell para processos de reutilização.

“Recentemente, fizemos um contrato com o Projeto Compostar, que ajuda com o lixo orgânico gerado pela cantina da escola. Ele é levado para uma composteira e transformado em adubo. E isso é um avanço absurdo, porque 50% do lixo que vai para o aterro sanitário é composto por resíduos orgânicos. Se Brasília solucionasse só essa parte, se livrava de metade do lixo no aterro”, torce o coordenador.

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