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Arte no DNA: César e Estela Lignelli levam teatro e música por todo DF

Pai e filha quebram a rotina das feiras locais com o espetáculo Debanda. A próxima cidade a receber a montagem é Samambaia

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Jacqueline Lisboa/Especial para o Metrópoles
Brasília (DF), 11/07/2019. Músico e ator  César Lignelli, que criou uma máquina músical, com a filha Estela na Torre de TV.  Foto: Jacqueline Lisboa/Esp. Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 11/07/2019. Músico e ator César Lignelli, que criou uma máquina músical, com a filha Estela na Torre de TV. Foto: Jacqueline Lisboa/Esp. Metrópoles - Foto: Jacqueline Lisboa/Especial para o Metrópoles

Além dos laços de afeto e sanguíneos, a arte transformou-se no fio condutor que une a família formada pelos professores de artes cênicas da Universidade de Brasília (UnB), Sulian Vieira, 46 anos, e César Lignelli, 46, e o fruto do casal, a pequena Estela Vieira Lignelli, 10. Juntos, o trio têm emocionado pessoas de todas as idades, com um espetáculo único que mistura música e contação de histórias, o Debandando nas Feiras.

A peça, dirigida por Sulian e com César e Estela dividindo-se na atuação, já passou por diversos países da América do Sul como Argentina, Chile e Peru. Desde o dia 7 de julho, cumpre temporada no Distrito Federal. No próximo domingo (21/07/2019), às 11h, será a vez dos frequentadores da Feira de Samambaia assistirem, gratuitamente, a atração. Já no dia 28 de julho, os atores encerram o show itinerante na Feira de São Sebastião.

“Fazer arte em família para mim é uma prova de amor gigantesca. A gente tem muita intimidade e isso torna tudo mais autêntico”, afirma César Lignelli.

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Com cerca de 30 quilos, a máquina musical comporta mais de 20 instrumentos
Estela Vieira Lignelli, 10 anos, tem as artes do teatro e da música na veia
Apesar de existirem criações com algumas semelhanças, a engenhoca é única no mundo
A bordo da motorhome, a família viajou por vários países
Depois das apresentações, todos querem tocar a Parafernália
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Estela e César Lignelli são Debanda e Debandinha

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Com cerca de 30 quilos, a máquina musical comporta mais de 20 instrumentos

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Estela Vieira Lignelli, 10 anos, tem as artes do teatro e da música na veia

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Apesar de existirem criações com algumas semelhanças, a engenhoca é única no mundo

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A bordo da motorhome, a família viajou por vários países

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Depois das apresentações, todos querem tocar a Parafernália

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Parafernália

Na montagem, os personagens Debanda e Debandinha interagem com a plateia por meio de diálogos e contação de histórias que falam de amor, conquista e perda com um toque de drama, mas sem perder o humor. Além deles, o público também irá conhecer figuras como o Demais, o Demenos e a Ella. A trama é narrada com o auxílio de uma máquina musical exclusiva, a Parafernália.

O aparato, elaborado em 2015 por César, a esposa Sulian, e nomes como o do compositor português João Lucas, Gil Roberto e Cyntia Carla, entre outros, permite ao artista tocar 23 instrumentos, simultaneamente. Cada parte da engenhoca está interligada ao corpo do artista, o que faz com que criador e criatura se ressignifiquem em uma só aparelhagem.

“Se movimento meus pulsos, toco dois agogôs. Com meu indicador direito aciono as claves de madeira, com o esquerdo, acesso um prato de bateria splash…”, explica César, que consegue, ainda, manusear gaita de fole, tambores, naipe de apitos, reco-recos e bumbo, dentre outros.

De acordo com o ator, além da dificuldade para construir a Parafernália — encaixar tudo artesanalmente, fazer com que os movimentos corporais se encontrem com os instrumentos de forma precisa —, o desafio atual é carregar a máquina que pesa quase 30 quilos. “Eu termino o espetáculo exaurido, como o Atlas, que aguenta o peso do mundo nas costas”, brinca.

Segundo César, todo o desgaste físico é compensado pela resposta positiva e o impacto causado no público. “Pensar no teatro como algo potente para deixar para as pessoas é o que nos motiva. É muito importante que a lição do Debanda seja de que todos os sonhos podem se realizar”, ressalta.

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César Lignelli criou a parafernalha, instrumento musical com o qual consegue tocar mais de 20 instrumentos simultaneamente
Arte no DNA

Nascido em Marília, interior do estado de São Paulo, César aprendeu a amar a arte desde a infância, inspirado, especialmente, pelo avô violonista Otávio Lignelli. “Na época, ele acompanhou pessoas importantes como Pixinguinha, Emilinha Borba, até a Hebe Camargo, enquanto era cantora”, lembra o paulista radicado em Brasília. Essa influência fez com que a paixão pela música se apresentasse antes do teatro na vida de César.

Segundo o ator, a arte herdada dos antepassados, sempre norteou a criação de sua filha. “Sempre que possível, tento ser mais leve que denso, inclusive nas obrigações e nas cobranças. Consigo mais efetividade nesse tipo de relação, mais lúdica”, completa. O jeito teatral de educar gerou frutos. A pequena já sonha seguir os passos dos pais, com quem pretende estudar teatro quando chegar a idade da graduação. “Ela também quer fazer dança no Instituto Federal de Brasília, mas é aquela certeza de uma criança da 10 anos”, salienta o pai.

Para César, ter a filha em cena nessa fase de transição, de criança para a pré-adolescência, é um presente inestimável. “Nos propicia um tipo de vínculo que a gente não consegue apenas na função de provedor. É um outro tipo de elo que se estabelece, muito mais intenso e colaborativo. É muito lindo e especial, eu me sinto de fato privilegiado”, pontua. Esse sentimento familiar que rodeia o espetáculo Debanda extrapola os laços de sangue. “A legião de pessoas que nos acompanham e fazem parte do trabalho são, com certeza, nossos familiares no sentido mais amplo da palavra”, afirma.

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Aos 10 anos, a filha de César Lignelli, Estela Vieira Lignelli, participa das apresentações
Documentário à vista

Entre os anos de 2017 e 2018, durante o “processo de maturação da parafernália”, a família embarcou numa viagem a bordo de uma motorhome para uma série de 35 apresentações por diversas cidades, dentro e fora do país. Passaram pelo estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, seguiram por Paraguai, Argentina, Uruguai, Norte do Chile, Peru e Bolívia. “Foi o momento de colocarmos em prática, testar a comunicação com o público”, lembra.

O próximo passo será produzir um documentário com os registros feitos em diferentes lugares, para pessoas das mais diversas culturas. “Fomos a lugares em que as pessoas não falavam espanhol, como em Puquio, no Peru. E mesmo assim eles ficavam estasiados nos seguindo e acompanhando o espetáculo”, conta. Essas e outras histórias da trip teatral já está disponível em dois catálogos virtuais e, em breve, serão compiladas em formato de documentário.

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