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“À Margem do Abrigo” fala sobre a ansiedade em sair de orfanatos

Inspirada em reportagens de Conceição Freitas, espetáculo fala sobre jovens que viveram nos locais e precisam deixá-los

atualizado

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1 de 1 abrigo - Foto: Divulgação

“À Margem do Abrigo”, peça do colunista do Metrópoles Sérgio Maggio em parceria com Yuri Fidelis, aborda um tema esquecido dos brasileiros. Jovens abandonados em abrigos, ao completarem 18 anos, precisam deixar o local e, sem família ou parentes, iniciam uma solitária jornada para se sustentar e seguir com a vida.

O espetáculo foi criado a partir da série de reportagens “Depois do Abrigo”, escrita por Conceição Freitas em agosto de 2014. “A sensibilidade da escrita da Conceição ultrapassa a função de reportar e propõe ao leitor conhecer mais intimamente a alma dos entrevistados”, elogia Sérgio Maggio.

O tema é muito atual por conta dos desequilíbrios familiares que põem a infância em risco. Vimos agora o caso do menino do Piauí, levado pelo pai para dormir na cela com o pedófilo. Ele e os irmãos já estão em abrigo. O local, então, vira uma nova família, com todas as dificuldades de se viver em coletividade.

Sérgio Maggio

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), uma em cada três crianças e adolescentes acolhidos em abrigos no Brasil tem entre 14 e 18 anos, idade limite para permanência sob a tutela do Estado. Em números absolutos, são 14 mil meninos e meninas que, habitando uma casa de acolhimento, esperam por uma improvável adoção.

No espetáculo, três personagens (vividos pelos atores Rodrigo Mármore, Micheli Santini e Pedro Mazzepas) passaram boa parte da vida em abrigo. Às vésperas de completarem 18 anos, eles repassam a vida, temores e esperanças. “O abrigo foi a casa deles, a família deles, e, como em toda a família, estiveram sujeitos a alegrias e tristezas”, pontua Maggio.

Os três atores têm atuações-solo, simultâneas, porém cada um no próprio cenário. O espectador será convidado, na bilheteria, a escolher um dos três personagens – Rodrigo, Micheli ou Pedro (que têm o mesmo nome dos atores). Um pequeno resumo do perfil de cada um deles estará à disposição na entrada do teatro para que o espectador faça a sua escolha. No fim, o trio divide o mesmo palco.

“À Margem do Abrigo”
Até 22 de outubro, no Teatro Goldoni de Brasília (208/209 Sul). Sessões às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 20h. Ingressos a R$ 15 (meia-entrada) e R$ 30 (inteira). Classificação indicativa 12 anos

 

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