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Sucesso de Pabllo Vittar abre portas para drag queens do DF

As artistas, iniciantes e veteranas, querem aproveitar o bom momento para alçar voos maiores

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Bruno Cavalcanti/Victoria Haus/Divulgação
Pabllo Vittar
1 de 1 Pabllo Vittar - Foto: Bruno Cavalcanti/Victoria Haus/Divulgação

O sucesso nacional e internacional de Pabllo Vittar não é uma apenas uma vitória pessoal da cantora. Trata-se de um marco na cena LGBT brasileira. Se o clipe “Todo Dia” mostrou que uma drag queen pode, sim, criar um hit de sucesso, o vídeo de “Sua Cara” – que teve mais de 20 milhões de visualizações em 24 horas – deixa claro a capacidade da artista em angariar uma legião de fãs.

O artista maranhense ajudou a dar visibilidade ao universo das drag queens. Na capital do país, por exemplo, surgem nomes com potencial para embarcar na onda de sucesso de Pabllo. Por exemplo, a personagem Aretuza Lovi, interpretada por Bruno Tutida, 27 anos, que desponta no mercado nacional.

Atualmente morando em São Paulo, a trajetória de Aretuza iniciou em Brasília. A artista começou como hostess e drag residente da boate Victoria Haus, em 2012. No ano seguinte, deu entrevista ao programa “Gabi Quase Proibida”, apresentado por Marília Gabriela – passando a ser reconhecida por seu trabalho na comédia.

Em 2016, estourou ao lançar no Youtube o clipe “Catuaba”, feito em parceria com a drag Gloria Groove: o vídeo tem cerca de 5 milhões de visualizações. Atualmente, a drag realiza apresentações no Brasil inteiro. Só em agosto, Aretuza tem presença confirmada em eventos de capitais como Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Belém (PA) e Campo Grande (MS).

Desafios
Porém, carreiras meteóricas não são comuns no universo das drag queens. Entre as críticas mais frequentes feitas pelas artistas, estão o preconceito e a baixa remuneração. Os shows, geralmente, ocorrem em boates e festas voltadas aos LGBTs.

“Ainda tem um estigma a ser quebrado quanto à estética. O público gay tem resistência ao ver drags barbadas, andróginas e gordas, por exemplo”, afirma Larissa Hollwood, de 28 anos.

Ela explica que a presença de Pabllo Vittar na mídia e o sucesso do reality show “RuPaul’s Drag Race” alteraram um pouco o cenário, mas muito ainda precisa ser feito para tornar saudável o ambiente de trabalho.

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Larrissa em apresentação no Festival Curta Brasília de 2016 no Cine Brasília
Larissa no Bloco do Amor, durante o carnaval brasiliense
Larissa em abertura de pista de dança em evento privado
A drag queen em uma confraternização do colégio Marista
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A drag queen Larissa Hollywood opta por trabalhar como drag barbuda

Arquivo pessoal
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Larrissa em apresentação no Festival Curta Brasília de 2016 no Cine Brasília

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Larissa no Bloco do Amor, durante o carnaval brasiliense

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Larissa em abertura de pista de dança em evento privado

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A drag queen em uma confraternização do colégio Marista

Arquivo pessoal

“Ser drag custa dinheiro. Pagava R$ 200 mensais para fazer um curso de stiletto, além de gastar mais de R$ 450 com maquiagem e vestuário todo mês”, explica. Para lucrar mais, Larissa Hollywood resolveu investir em apresentações de eventos particulares (festas de 15 anos, aniversários, despedidas de solteiro).

Enquanto as boates pagam no máximo R$ 200, posso cobrar até R$ 500 nesses outros locais.

Larissa Hollwood

“O público é outro, mas geram bons resultados. Já fui mestre de Cerimônias do Bloco do Amor durante o carnaval, fiz apresentações na Calourada e participo de festivais de cinema”, conta. Nesse ano, Larissa Hollywood será a primeira drag queen a apresentar o Festival de Brasilia do Cinema Brasileiro.

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"Se você não se adaptar, você perde trabalho. Eu, nas minhas animações, procuro me reinventar. E é por isso que existo até hoje", conta a drag
Allice Bombom foi tema de curta-metragem
Allice é presença constante em Paradas LGBTs do DF
Bombom é atriz, formada pela Faculdade Dulcina de Moraes
“Fiquei este mês sem produzir e tive que cancelar a participação em alguns eventos. Ainda estou muito fraca e não tenho ideia de quando voltarei às atividades”, conta a artista em entrevista.
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Allice Bombom é uma das drag queens mais icônicas da capital, com 22 anos de atuação

Divulgação
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"Se você não se adaptar, você perde trabalho. Eu, nas minhas animações, procuro me reinventar. E é por isso que existo até hoje", conta a drag

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Allice Bombom foi tema de curta-metragem

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Allice é presença constante em Paradas LGBTs do DF

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Bombom é atriz, formada pela Faculdade Dulcina de Moraes

Felipe Menezes/Metrópoles
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“Fiquei este mês sem produzir e tive que cancelar a participação em alguns eventos. Ainda estou muito fraca e não tenho ideia de quando voltarei às atividades”, conta a artista em entrevista.

Arquivo Pessoal

Reinvenção
Uma das mais antigas representantes da capital, Allice BomBom, 47 anos, possui mais de 22 anos de atuação e afirma que o universo drag exige muita dedicação por parte da artista. “Ser drag em Brasília é um desafio. Tive que ir muitas vezes ao Rio e a São Paulo para comprar materiais básicos de apresentação e sou obrigada a customizar minhas produções”, diz.

A atriz, formada na Faculdade Dulcina de Moraes, aponta a reinvenção como a palavra-chave para se sustentar na arte drag. “Se você não se adaptar, perde trabalho. Eu, nas minhas animações, procuro me reinventar. E é por isso que existo até hoje”, conta.

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