Stênio Garcia responsabiliza autor de novelas por sua demissão da TV Globo
O dramaturgo Silvio de Abreu teria tomado partido da amiga Cleyde Yáconis, após a separação dela do ex-ator global
atualizado
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Demitido da TV Globo após 40 anos de serviços prestados à emissora carioca, Stênio Garcia decidiu culpar o dramaturgo Silvio de Abreu por sua saída do canal. Em entrevista à jornalista Michele Marreira, do site O Fuxico, ele falou sobre seu desafeto com o novelista e a mágoa que tem da empresa da família Marinho.
“O meu contrato de ator na Rede Globo de Televisão era desde 1973, nunca foi com prazo determinado como as pessoas que trabalham como PJ (pessoa jurídica). Sempre fui pessoa física, trabalhava no regime CLT e, por isso, meu contrato com a emissora era de prazo indeterminado”, disse Stênio Garcia.
“Se engana quem acha que meu contrato não foi renovado, foi bruscamente rompido de uma forma inacreditável por retaliação do Silvio de Abreu, após minha mulher, pela milésima vez, esclarecer o motivo de minha ausência”, completou ele.
“Só que ela sempre me mostrava a indignação dos meus fãs e respondia no privado . Mas, no dia 28 de abril, achando que estava no particular, respondeu na página aberta [aos comentários]. No dia 3 de maio, todos voltaram e houve uma reunião, onde o Silvio de Abreu exigiu minha cabeça, sem ao menos ninguém do departamento artístico ter falado comigo”, relatou.
Briga antiga
Ainda durante o bate-papo, Stênio Garcia contou que, em 1968, Silvio de Abreu teria ficado inconformado com sua separação da atriz Cleyde Yáconis, amiga pessoal do autor, motivo que teria culminado em sua demissão.
“Eu não escrevi e nem falei nada, se pessoas me defendem, sabem de toda a história e contam, que culpa eu tenho? Eu sou um senhor de quase 90 anos e fui demitido por retaliação, após ter ficado sete anos na geladeira da Globo. Amarguei todo esse tempo, porque ele riscava meu nome quando eu era escalado, chegando ao ponto de impedir os autores de mandarem sinopse pra mim.”
“Sei que alguns insistiram e não conseguiram impedir um funcionário idôneo de exercer seu ofício, isso é crime previsto na CLT, sob pena de indenização e multa por assédio moral por causa da perseguição.”
“Agora te pergunto: dei minha vida, minha arte e meus personagens a uma empresa que deixou o Silvio de Abreu fazer isso comigo durante sete anos?? Não sabiam que era crime? Não perceberam? Minha mulher esteve lá em 2019, e conseguiu falar com alguém, dizendo que eu queria e precisava trabalhar”, desabafou o ator, que pode ser visto atualmente na reprise de O Clone, no Viva.