Podcast revela bastidores de crimes inacreditáveis ocorridos no Brasil
Focado no humor, podcast Só No Brasil, da Wondery, é comandado pelos apresentadores Victor Camejo e Pedro Duarte
atualizado
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Os humoristas Victor Camejo e Pedro Duarte estream o podcast Só No Brasil nesta quarta-feira (10/7). O novo projeto da Wondery já está disponível nos serviços de streaming de áudio com episódios que abordam, de forma bem-humorada, crimes inusitados que aconteceram no Brasil.
Em entrevista ao Metrópoles, Pedro Duarte deixou claro que o ponto forte do projeto são os absurdos existentes em histórias de crimes reais.
“É tudo absurdo demais, difícil de acreditar, porém, por mais inexplicável que pareça, é só mais um dia no Brasil. Com esse programa, a gente tenta explicar o inexplicável, rindo dos absurdos, tudo com pesquisa e apuração junto ao tempero brasileiro. São casos que não aconteceriam em nenhum lugar, só no Brasil”, afirmou.
“É um podcast para você ouvir fazendo atividades diárias e depois comentar na vida real com os amigos, com sua família. É um gancho para a sua vida pessoal.”
Pedro Duarte
A dupla ressalta que não há histórias com consequências pesadas e violentas. Apesar de serem crimes, todos acabam se tornando cômicos pela maneira atrapalhada que foram realizados ou pelo contexto.
Só No Brasil
Na estreia, Victor e Pedro contam sobre o caso do roubo da Chácara do Céu, museu de Santa Teresa, bairro da cidade do Rio de Janeiro, que aconteceu durante o carnaval do ano de 2006 e nunca foi solucionado. Obras como Marine, de Monet, A Dança, de Picasso e Jardim de Luxemburgo, de Matisse, são algumas das pinturas que foram perdidas.
“Sempre tem algo que surpreende. Lógico que a gente tem que levar o crime a sério, mas de uma maneira geral, o brasileiro ri muito de tudo para manter a sanidade. Além disso, tudo que é contado é de verdade, porque tem a pesquisa e a apuração. É bem natural que a gente se espante com as histórias, e isso acaba sendo engraçado”, contou Victor Camejo.
O segundo episódio trata de um caso de assalto a banco que aconteceu em 2011, na Avenida Paulista. Nele, os criminosos invadiram a agência se passando por funcionários do prédio e conseguiram levar entre R$ 250 e R$ 500 milhões. Por não terem declarado os bens roubados, parte das vítimas não prestou queixa à polícia, fazendo com que o crime fosse descoberto apenas oito dias depois do ocorrido.
Um humor diferente
Mesmo com a pegada humorística, o podcast também conta com um longo processo de pesquisa e apuração das histórias, que são reais. Convidados também fazem parte do projeto, com comentários pontuais que elucidam questões sobre os absurdos que estão sendo contados ao público.
“Vão ter opiniões de especialistas ali que vão trazer falas embasadas, ao contrário das nossas, para resolver o assunto, explicar melhor o episódio e ilustrar o caso. Servem também para não ficar só a piada pela piada e se aproximar mais do true crime mesmo de forma especializada”, pontua Victor Camejo.
Pedro Duarte é de Salvador (BA) e Victor Camejo é de Belém (PA). Os dois são amigos, mas entraram no projeto separadamente. Segundo eles, o fato de não serem do eixo Rio-São Paulo também traz um elemento mais novo para os ouvintes.
“A visão que a gente leva para os casos é diferente, com vozes e sotaques diferentes. O nosso humor também é diferente, pois estamos acostumados com públicos mais exigentes, então ficou bem bacana”, explicou Pedro.
Novo horizonte para o true crime
A Wondery conta com o Modus Operandi, maior podcast de true crime do Brasil, e Má Influência, uma adaptação do podcast Scamfluencers, no catálogo. Agora, com Só No Brasil, buscam explorar o true crime de uma forma mais leve.
“Focado no humor, Só no Brasil vai trazer casos nacionais inusitados, expandindo os horizontes da Wondery, que já se estabeleceu como líder no universo de true crime, com uma nova roupagem para o gênero”, comenta Fabio Silveira, head de conteúdo brasileiro da Wondery.
O roteiro e a direção do novo projeto, batizado como “true brazilian crime”, são de Afonso Capellaro e Pedro Sprejer. Eles são responsáveis por conduzir os apresentadores no programa, trazendo a diversão em contraponto com crimes reais.
“Não vamos glamourizar esses comportamentos criminosos. Nossa versão é quase uma sátira do formato, estamos subvertendo o true crime para algo mais divertido, sem essa história de psicopatas, criminosos e malucos. Temos um tipo de humor aqui que é só nosso e deve ser explorado”, completou Victor Camejo.