Romantasia traz romance para gênero clássico e vira sucesso literário
Gênero romantasia se popularizou no Brasil com obras da americana Sarah J. Maas, e conquistou espaço em lista de livros mais vendidos
atualizado
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Feyre Archeron, filha de um casal de mercadores humanos, torna-se caçadora para sustentar o pai e as duas irmãs. Ela vê sua vida virar de cabeça para baixo após matar um lobo e ser obrigada a viver do outro lado da muralha, entre feéricos, illyrianos, grão-feéricos e deidades. É com este enredo em Corte de Espinhos e Rosas (ed. Record) que a escritora Sarah J. Maas alçou o gênero romantasia ao topo das lista de mais vendidos.
Apenas em 2021, a americana vendeu, no Brasil, 101.579 cópias de Corte de Espinhos e Rosas, de acordo com dados da PublishNews, primeiro livro de cinco da saga. Corte de Chamas Prateadas, quarto livro da série ACOTAR (A Court of Thorns and Roses, na sigla em inglês), aparece com 67.238 cópias vendidas no mesmo ano.
Conhecida como nova “rainha da fantasia”, Sarah abriu as portas em território nacional para que outros autores alçassem tramas de romantasia ao estrelato: Rebecca Yarros, por exemplo, transformou a trama de Violet Sorrengail, relatada no livro Quarta Asa, em best-seller número 1 do The New York Times, enquanto Shelby Mahurin estourou no BookTok e nas listas de vendas com a trama Pássaro e Serpente.
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Mas o que é o gênero romantasia?
O subgênero da fantasia mistura romance com fantasia e traz batalhas épicas, uma longa jornada do herói com percalços de tirar o fôlego, seres mágicos e sexo — na maioria das vezes, consideravelmente selvagem.
A diferença de tramas romantasia para as clássicas histórias de fantasia, no entanto, é que o foco dos livros não são as jornadas épicas dos heróis ou feitiços e poderes. É o romance entre os personagens centrais que, acima de tudo, guia a narrativa.
George R. R. Martin, por exemplo, é um dos mais famosos escritores de fantasia da atualidade, principalmente por conta das séries Game of Thrones e House of the Dragon, produções da HBO inspiradas nos livros do veterano. Mas romance é a última das preocupações na guerra pelo trono, assim como no enredo do clássico O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien.
Sucesso editorial
Com a popularização do gênero, editoras investiram em novas obras para garantir o espaço no mercado editorial. Além das obras de Sarah J. Maas, a Galera Record é responsável por De Sangue e Cinzas, de Jennifer L. Armentrout, enquanto a Planeta Minotauro ficou com Quarta Asa. A Rocco, por sua vez, traz a estreia de Lauren Roberts na literatura ao país.
Powerless, primeiro livro de uma trilogia, acompanha um amor proibido entre duas pessoas com status sociais diferentes, numa sociedade dividida por Notáveis, que ocupam o topo da pirâmide, e Comuns, que são perseguidos e mantidos à margem.
Em conversa com o Metrópoles, Lauren comentou sobre a ideia para o livro: “Tudo começou com um pensamento no chuveiro. Eu estava muito apaixonada por escrever uma história que girasse em torno de uma garota que não era a ‘escolhida’ com poderes que salvariam o reino.”
“Em vez disso, Paedyn se encontra em um mundo onde ela é a única sem essas habilidades, forçando-a a adquirir poder próprio. Tudo sobre esses livros é muito nostálgico para mim. Eu só escrevo o que amo, e essa série é a personificação disso. Mas, mais importante, eu queria uma história com a qual os leitores pudessem se sentir confortáveis”, completou.
A autora ainda afirmou que, apesar de escrever sobre um mundo de fantasia, faz suas histórias surgirem do dia a dia, de momentos criados pelo “mundo ao seu redor”:
“Todos os dias vejo algo que me faz anotar uma ideia ou criar um conceito para um futuro projeto. Muitas das minhas ideias começam geralmente com a pergunta do que eu gostaria de ler. A partir daí, minha imaginação extremamente ativa geralmente gera algumas premissas até que uma delas se destaque.”
Há tantas histórias girando dentro da minha cabeça, e se eu ficar com elas por tempo suficiente, elas crescem para algo que mal posso esperar para colocar no papel.
Lauren Roberts