Rodrigo Mussi: motorista de app tinha 16 pontos na CNH por infrações
Antes de possivelmente provocar o acidente que colocou ex-BBB na UTI, motorista acumulou quatro infrações por excesso de velocidade
atualizado
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São Paulo – Autos de infração a que o Metrópoles teve acesso mostram que o motorista de aplicativos Kaíque Reis, 24 anos, acumulava ao menos 16 pontos, por quatro infrações de trânsito, em sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH), antes de possivelmente ter provocado o acidente de trânsito, na Zona Oeste de São Paulo, que colocou o ex-BBB Rodrigo Mussi em estado grave na UTI, com vários traumatismos.
Todas as multas de trânsito que o condutor sofreu foram por excesso de velocidade, registradas entre 2019 e 2021. Além dessas multas, o Metrópoles também revelou que ele se envolveu em pelo menos quatro colisões no ano passado.
Embora estivesse com a CNH vencida desde 8 de fevereiro, uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito, motivada pela pandemia do coronavírus, permite que motoristas de São Paulo, com a carteira vencida em fevereiro, continuem a usar a CNH até novembro deste ano, de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP). Por isso, não havia problema no fato de ele usar o documento expirado.
Em depoimento à Polícia Civil nessa terça-feira (5/4), o motorista afirmou que sabia que podia dirigir com a CNH vencida até novembro e que “não possui muitas multas por velocidade”. Ele também teve de se explicar sobre os acidentes de trânsito em que se envolveu.
“Questionado, o declarante aduziu que é habilitado para a condução de veículos na Categoria AB, salientando que, apesar de constar o vencimento em sua CNH em 02/2022, viu no website do Detran que poderia renovar sua CNH até novembro/2022, e preferiu fazê-lo”, afirmou em depoimento.
Na última vez em que foi multado por excesso de velocidade, Reis foi flagrado, em 30 de abril do ano passado, por um radar, acima do limite de 50 km/h, no Túnel Presidente Jânio Quadros, no Itaim Bibi, Zona Sul de São Paulo.
Como o Metrópoles informou, ao ser interrogado novamente nessa terça (5/4), não é possível saber se a polícia perguntou ao motorista se ele realmente dormiu ao volante, como ele havia informado no primeiro depoimento. No dia do acidente, em 31 de março, ele afirmou em um primeiro depoimento à polícia que “acredita que ‘dormiu’ e ao acordar estava com ‘airbag’ acionado”.
No entanto, nesse novo depoimento, Reis alegou que “não consegue determinar com absoluta certeza o que houve”.
“Se recorda que estava com as mãos no volante, ouvindo comentários no rádio sobre o jogo de futebol que aconteceu no dia, Rodrigo estava quieto no banco traseiro, quando, repentinamente, se deparou com o ‘airbag’ contra sua face e o acidente já havia ocorrido”, afirmou o motorista nesse novo depoimento à polícia.
Aos policiais, o motorista também informou que trabalha há dois anos como motorista de aplicativos como 99, Uber e Indriver. Antes disso, trabalhou em uma oficina mecânica, mas “insatisfeito com o salário, buscou alternativas melhores”.