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Representatividade lésbica: entenda a origem e o que é o termo sáfico

O termo sáfico se popularizou nas redes sociais e virou motivo de listas de livros, filmes e séries com a temática

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JLco – Julia Amaral/Getty Images
Foto colorida de um casal com os narizes encostados olhando uma para a outra e sorrindo - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de um casal com os narizes encostados olhando uma para a outra e sorrindo - Metrópoles - Foto: JLco – Julia Amaral/Getty Images

Nos últimos tempos, o TikTok, o Twitter e o Instagram foram tomados pela chegada do termo sáfico. Na rede social de vídeos curtos, por exemplo, internautas indicam livros com temática sáfica e outros exaltam o tema em personagens das diferentes formas de cultura.

No X, antigo Twitter, o movimento é o mesmo: a página @filmessaficos, por exemplo, é focada em indicar longas que tenham amor sáfico. Já a página do Instagram Clube Sáfico escolhe, mensalmente, um livro com o tema para leitura coletiva.

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O que é sáfico?

Mas afinal de contas, o que é sáfico? A palavra nasceu na poesia e na cultura grega antiga, por meio da poetisa Safo, uma figura enigmática que viveu na Ilha de Lesbos cerca de 600 a.C.

Safo foi, supostamente, a primeira mulher a cantar o amor lésbico. Ela ficou conhecida — e mantém o seu legado até hoje — por seus poemas que exploravam temas como o amor entre mulheres, sociedade e gênero.

“Os poemas de Safo sobre seus temas mais importantes – o sexo e o amor – são sobre todas as pessoas. São de gênero fluido. Safo não se importava com quem amamos. [Para ela], continuava sendo amor”, explica a professora Margaret Reynolds, especialista no trabalho de Safo, à BBC News.

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Além disso, trata-se de um movimento que tem como um dos principais objetivos lutar por direitos, por novas formas de identificação e contra qualquer tipo de discriminação
Segundo integrantes da comunidade, a sigla representa posicionamento de luta, resistência e orgulho
A letra L faz menção às lésbicas, ou seja, mulheres que se relacionam com mulheres
A letra G refere-se a palavra Gay, utilizada para descrever homens que se sentem atraídos por outros homens. Assim como no caso de pessoas lésbicas, não precisa ter tido, necessariamente, experiências sexuais com outras pessoas do mesmo sexo para se identificar como gay
A letra B representa os bissexuais, pessoas que se relacionam tanto com pessoas do mesmo gênero quanto do gênero oposto
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A sigla LGBTQIAPN+ é utilizada para representar pessoas que são lésbicas, gays, bissexuais, trans, queer, intersexo, assexuais, pansexuais e não-binárias, por exemplo, em uma só comunidade

Giovanna Bembom/Metrópoles
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Além disso, trata-se de um movimento que tem como um dos principais objetivos lutar por direitos, por novas formas de identificação e contra qualquer tipo de discriminação

Marc Bruxelle / EyeEm/ Getty Images
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Segundo integrantes da comunidade, a sigla representa posicionamento de luta, resistência e orgulho

Carmen Martínez Torrón/ Getty Images
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A letra L faz menção às lésbicas, ou seja, mulheres que se relacionam com mulheres

Jon Vallejo/ Getty Images
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A letra G refere-se a palavra Gay, utilizada para descrever homens que se sentem atraídos por outros homens. Assim como no caso de pessoas lésbicas, não precisa ter tido, necessariamente, experiências sexuais com outras pessoas do mesmo sexo para se identificar como gay

Pollyana Ventura/ Getty Images
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A letra B representa os bissexuais, pessoas que se relacionam tanto com pessoas do mesmo gênero quanto do gênero oposto

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A letra T refere-se aos transsexuais, transgêneros e travestis, que não se identificam com o gênero pelo qual foi determinado ao nascimento

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A letra Q faz alusão às pessoas Queer, termo inicialmente utilizado de forma pejorativa, mas que acabou sendo adotado pela comunidade de forma a abraçar todos que não se encaixem dentro da heterocisnormatividade

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A letra I representa as pessoas diagnosticadas como intersexo. O termo é utilizado para descrever pessoas que nascem com características genéticas e físicas diferentes das definições biológicas comuns

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A letra A faz menção às pessoas assexuais, que não sentem atração sexual por outras pessoas, mas podem sentir interesse afetivo e namorar, por exemplo

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A letra P refere-se aos pansexuais, pessoas que desenvolvem atração física e desejo sexual por outras pessoas independentemente de sua identidade de gênero

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A letra N representa os não-binários, ou seja, que não se identificam com um gênero específico ou que não têm gênero

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O símbolo + é utilizado para abranger pessoas não-cis que não se consideram trans ou não-binárias, por exemplo, e por todas as outras orientações que não são hétero

Westend61/ Getty Images

Em conversa com o Metrópoles, Stéphani Santoro, cineasta e dona do perfil Arte com Ste, explica: “O termo sáficas é um termo inclusivo que pode ser usado para descrever de modo geral mulheres que sentem atração sexual e/ou romântica por outras mulheres – não exclusivamente lésbicas, já que temos entre a sigla LGBTQIAP+ orientações como bissexuais, pansexuais que também se relacionam com mulheres.”

O uso do termo é utilizado para incluir e não excluir a variedade de vivências de amar mulheres. Cada vivência, apesar de parecidas, são bem diferentes entre si. Por exemplo, uma vivência de uma mulher bissexual não é igual a uma vivência lésbica, o que nos une é amar mulheres, e isso o termo sáficas nos une.

Stéphani Santoro

Sáfico ou lésbico?

Stéphani ainda aproveitou para explicar que, apesar da semelhança, o termo sáfico não é o mesmo que lésbico. “Existe um certo cuidado também no uso da palavra entre a comunidade lésbica, pois utilizar o termo sáficas é de uma facilidade para categorizar os filmes, músicas e séries, mesmo quando é claro e abertamente lésbico”, apontou.

“Essa movimentação causa um certo apagamento também da luta lésbica pelo seu espaço e o apagamento de sua vivência e lutas. Por exemplo, na série Atypical, as personagens vivem um relacionamento sáfico (já que a personagem é bissexual assumida). Em Ratched, temos um relacionamento lésbico entre as personagens, já que ambas se identificam como lésbicas”, finalizou.

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