Repórter é xingada de “macaca” e agredida por funcionário público no RJ
Julie Alves e o cinegrafista Vangelis Floyd, da Rede CNT, foram abordados de forma agressiva pelo homem. Ele foi exonerado do cargo
atualizado
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Dois jornalistas da Rede CNT sofreram agressões físicas e verbas por parte de um funcionário público da área da saúde de Japeri, no Rio de Janeiro. A repórter Julie Alves e o cinegrafista Vangelis Floyd gravavam um material para o programa Fala Baixada quando foram abordados pelo homem.
Segundo a jornalista explicou ao UOL, ela e seu cinegrafista foram realizar uma matéria sobre um lixão, quando o agressor os abordou de forma agressiva: “Nós já estávamos terminando de produzir o material, o cinegrafista já tinha até desligado a câmera, quando chegou esse homem. Ele começou a gritar com palavrões ‘por*, caral*, quem mandou vocês gravarem aqui?'”.
Julie conta que o questionou, disse que não precisava de autorização e conhecia seus direitos. “Foi aí que ele falou ‘sabe do seu direito o que, macaca?’. Logo em seguida, o cinegrafista questionou o modo como ele me tratou e o homem o mandou calar a boca e o chamou de gordo.”
Ela ainda revelou que o homem tentou bater em seu rosto: “O homem acabou batendo na minha mão e meu microfone caiu. Ele foi então em direção ao cinegrafista e deu um chute nele. Algumas pessoas que estavam no local foram segurá-lo”.
Exoneração
Segundo o UOL, a secretária municipal de Saúde de Japeri, Rosilene Moraes, garantiu que o funcionário foi exonerado no mesmo dia do ocorrido: “Eu não assisti à cena. Estava em reunião com subsecretários realizando o documento de flexibilização da cidade. Hoje, solicitei as imagens de nossas câmeras de segurança. Ontem fomos pegos de surpresa e na hora todos nós descemos para ver do que se tratava e um dos subsecretários correu para afastar o bate boca.”
Rosilene ainda disse que acolheu a repórter e o cinegrafista assim que ficou sabendo do ocorrido. “Ele agiu por conta própria e deve responder por seus atos se assim for determinado. Da minha parte, da equipe e do prefeito só resta pedir desculpas e exonerar o servidor, fato que já fizemos ontem mesmo”, finalizou.
Investigação
Ao UOL, o delegado Flávio Ferreira, responsável pelo caso, disse que o suspeito pode pegar mais de quatro anos de prisão por injúria qualificada, ameaça e lesão corporal.
“O caso foi registrado ontem, ela foi ouvida e foi encaminhada para o IML (Instituto Médico Legal). Futuramente ele e demais testemunhas serão chamados para prestar depoimento. Vou ver se há imagens do cinegrafista e vamos pedir as do próprio posto”, disse.