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Projeto digital resgata acervo artístico de Glenio Bianchetti

A iniciativa preserva a memória de um dos artistas mais relevantes na cena cultural do DF

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Foto colorida do artista Glenio Bianchetti - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do artista Glenio Bianchetti - Metrópoles - Foto: Galeria Ponto

O projeto cultural Acervo Digital Glenio Bianchetti busca resgatar os trabalhos de Glenio Bianchetti, disponibilizando-o para o público, através de um site. O artista, um dos mais relevantes na cena cultural do DF, chegou a Brasília, em 1962, a convite de Darcy Ribeiro.

Todo o material estará disponível no endereço eletrônico, que está sendo construído com documentos e obras de um trabalho que atravessou gerações e, ainda hoje, é considerado uma referência para artistas das mais diversas linguagens.

Com direção de arte e curadoria de Marilia Panitz, o museu virtual tem a intenção de preservar um importante patrimônio histórico e artístico do DF e de todo país.

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O trabalho será disponibilizado para o público, através de um site. O artista é um dos mais relevantes na cena cultural do DF, que chegou em Brasília, em 1962, a convite de Darcy Ribeiro
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Financiada pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC), do GDF, o projeto cultural Acervo Digital Glenio Bianchetti busca resgatar os trabalhos de Grenio Bianchetti

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O trabalho será disponibilizado para o público, através de um site. O artista é um dos mais relevantes na cena cultural do DF, que chegou em Brasília, em 1962, a convite de Darcy Ribeiro

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Ao todo, são 21 obras do artista, dentre desenhos, gravuras, pinturas, xilogravuras, linoleogravuras, litografias e serigrafias. “Como os nossos demais projetos, este também será inclusivo, uma vez que a maior parte deste conteúdo contará com audiodescrição”, explica Joana Piantino, proponente do projeto e neta do artista.

Segundo ela, perpetuar a documentação de 70 anos da vida e carreira de Glenio é imprescindível, haja vista que o rico material corria perigo de se deteriorar com o passar dos anos por se tratar, em grande parte, de recortes de jornais.

Outra novidade é que, futuramente, a casa do artista – Casa Atelier Glenio Bianchetti, localizada no Setor de Mansões do Lago Norte – será transformada em um espaço público, para continuar difundindo o trabalho e a obra de um dos pioneiros da cidade mais relevantes para a construção da identidade cultural do DF

De acordo com Joana, a plataforma de pesquisa poderá ser utilizada por estudantes e pesquisadores das artes visuais e plásticas, de escolas e universidades e tem como meta conquistar um público diversificado, agregando pessoas que ainda não conhecem o trabalho de Glenio.

Como nasceu a ideia

O projeto começou a ser construído a partir de uma movimentação na família de Glenio Bianchetti, que tem grande interesse em preservar a memória e o acervo do artista. A preocupação com a conservação das obras e documentos de Glenio se fez presente com o passar dos anos e a ideia de fazer a digitalização de parte do acervo se somou à vontade que a família tem de construir um instituto que salvaguarde o patrimônio construído por ele.

O foco da digitalização

A digitalização irá focar principalmente em oito grandes portifólios (65 cm x 50 cm), que documentam setenta anos da vida e carreira do artista compostos por documentos, fotografias, convites e recortes de jornais que foram colados e organizados pelo casal ao longo dos anos e correm grande risco de serem deteriorados com o tempo.

O recorte também deve abranger demais obras de arte como pinturas, gravuras e desenhos, além de livros e cartas de Glenio.

Sobre o artista

A história de Glenio Bianchetti no mundo das artes se inicia com o artista ainda muito novo com apenas 16 anos. Em 1949, ele ingressa no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre e, em 1951, entra para o Clube de Gravura de Bagé, juntamente com Glauco Rodrigues e Danúbio Gonçalves, sob orientação de José Moraes.

O grupo posteriormente é incorporado ao Clube de Gravura de Porto Alegre, que realiza uma produção artística de caráter social, do qual participam também Carlos Scliar e Vasco Prado. Nesta época Bianchetti se destacava na xilografia e na linoleogravura e suas obras tinham temas relacionados ao trabalho e aos costumes regionais.

Juntamente com os demais integrantes do clube fez intercâmbio de obras com artistas de diferentes países como: Índia, Estados Unidos, União Soviética, Itália, França, Alemanha e México.

Glenio se aperfeiçoou em diferentes técnicas que o tornaram, além de pintor, um gravador, ilustrador, tapeceiro, desenhista e, posteriormente, professor. Em 1962, a convite de Darcy Ribeiro, Glenio Bianchetti se mudou com Ailema e seus seis filhos pequenos para a capital para integrar o corpo docente do curso de Arquitetura da Universidade de Brasília e foi o primeiro diretor do ateliê de artes plásticas e do setor gráfico da universidade.

Ele leciona gravura e desenho até o ano de 1965 quando é afastado e preso pelo regime militar, sendo um dos últimos professores a serem libertos.

Já no início da década de 1970, colabora com a criação do Museu de Arte de Brasília e participa de projetos voltados ao ensino artístico. Entre 1996 e 1997, é organizada uma mostra retrospectiva do Grupo de Bagé com exposições em várias capitais do país. Em sua trajetória, Glenio participou de diversas exposições coletivas que se somadas às individuais ultrapassam algumas centenas.

Glenio era um artista entusiasmado que amava sua profissão e buscava alcançar a excelência em tudo que se propunha a fazer. Em 1972, Jorge Amado disse: “Sou um velho admirador da arte de Bianchetti, mestre inconteste da cor, tomando dela para fazê-la pão e vida, drama e ternura. Seus quadros me comoveram com sua luz profunda, tão buscada e conseguida, tão brasileira”.

A carreira de Glenio ultrapassou diferentes esferas artísticas em diferentes épocas do cenário das artes visuais no Brasil. Bianchetti foi uma figura com uma importância e um impacto indiscutíveis na construção da identidade artística da cidade e seu acervo constitui um patrimônio artístico e histórico, material e imaterial, de grande relevância para o Distrito Federal.

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