Portela ostenta tradição com enredo sobre religião e memória
A maior vencedora do Carnaval carioca é a segunda escola a desfilar neste sábado (23/4)
atualizado
Compartilhar notícia
A Portela, que detém o posto de maior campeã do Carnaval carioca, com 22 títulos, vai retratar a simbologia dos baobás, árvores gigantes e milenares originárias da África. A tradicional agremiação é a segunda a entrar na Sapucaí, na noite deste sábado (23/4).
Com enredo desenvolvido pelos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage, a escola canta Igi Osè – Baobá. A azul e branco mostra a importância dos baobás através de aspectos como ancestralidade, religiosidade, identidade e memória, entre outros.
Divido em cinco setores, o desfile da agremiação traz a árvore como um elo sacral nos dois primeiros momentos. A própria natureza, com as tribos e a vinda de escravizados em navios negreiros também será contada pela escola, que traz, por fim, uma relação com a ancestralidade azul e branca.
Velha Guarda
A sambista Irenete Ferreira Barcellos, mais conhecida como Tia Surica, é a matriarca e integrante da velha guarda da Portela. Ela sai no abre-alas da agremiação, que representa a ancestralidade. Aos 4 anos, Surica já desfilava pela azul e branco e faz parte da Velha Guarda desde 1980.
Bianca Monteiro, rainha da azul e branco há 6 anos, conta da emoção da retomada do desfile e da importância desse momento para a agremiação.
“É uma emoção muito grande, esse ano estamos sem pessoas importantes. É um ato de resistência essa retomada”, disse ao Metrópoles.
Este é o primeiro Carnaval sem o mestre Monarco, um símbolo da agremiação, que morreu em dezembro de 2021, aos 88 anos.