Teatro Nacional não será entregue à população em 2017, diz secretário
Em entrevista ao Metrópoles, Guilherme Reis afirmou que, neste ano, só será feita a captação de recursos para a obra
atualizado
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Um dia após o anúncio de reabertura do Teatro Nacional Claudio Santoro encher de esperança os brasilienses, veio o balde de água fria. O secretário de Cultura do Distrito Federal, Guilherme Reis, adiantou, com exclusividade ao Metrópoles, que o espaço não será entregue à população em 2017.
O secretário afirmou que o processo de captação dos recursos é lento e tomará tempo. “Organizamos um passo a passo para a restauração do teatro. No primeiro momento, vamos buscar o dinheiro necessário para a reforma por meio da Lei Rouanet, por exemplo”, explicou Guilherme Reis.
No anúncio feito na quinta-feira (12), quando o governo federal comunicou a reabertura do complexo cultural, foi informado que, “em curto prazo”, seria feita a primeira intervenção, no foyer da Sala Villa-Lobos.
Descaso total
Nessa sexta-feira (13), o Metrópoles voltou ao Teatro Nacional e teve acesso ao interior da Sala Villa-Lobos. Assim como na Sala Martins Penna, o cenário é desastroso. O espaço, que já recebeu grandes nomes da cultura brasileira, está entregue aos insetos e lotado de entulho. A estrutura também foi comprometida, com goteiras.
O interior do Teatro Nacional reflete, de forma melancólica, o resultado dos últimos três anos de má gestão de um dos cartões-postais da capital federal. Devido à poeira acumulada no carpete e no estofado das poltronas tanto na Sala Martins Penna quanto na Sala Villa-Lobos, o ar está pesado e é difícil até respirar. As fotos mostram o descaso total e absoluto.
Do lado de fora, há pichações na fachada, calçadas destruídas, restos de materiais usados para o consumo de drogas, especialmente crack. Fechado há três anos, o teatro acumula cadeiras rasgadas, carpetes soltos, palco quebrado, goteiras, vidros arrebentados e muito entulho.