Regina Duarte: “Secretaria da Cultura é muito complicada”
Em entrevista, a atriz falou que o presidente ligou para fazer convite: decisão deve sair até segunda-feira (20/01/2020)
atualizado
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A atriz Regina Duarte falou, pela primeira vez, sobre o convite do presidente Jair Bolsonaro para que ela assuma a Secretaria de Cultura. A pasta está vaga após o ex-secretario Roberto Alvim ser exonerado por ter citado o ministro nazista Joseph Goebbels, em discurso.
À Jovem Pan, Regina Duarte revelou de que forma ocorreu o convite: “O presidente me ligou. Fiquei muito honrada e surpresa. Falei que não estou preparada, mas ele rebateu dizendo para eu me preparar. Ele falou ‘quero você'”.
A atriz afirmou que tomará a decisão até a próxima segunda-feira (20/01/2020), quando dará a resposta a Bolsonaro. Segundo Regina Duarte, o presidente relatou que “tem muito força em torno da indicação dela”.
Regina Duarte contou que conversou com dois dos seus três filhos e está pensando na resposta. “É uma revolução na minha vida. Amo o Brasil, quero fazer dar certo”. antecipou.
Este não é o primeiro convite à atriz. “Quando fui visitar o então candidato Bolsonaro, ele me fez o convite. Eu brinquei: não me convida, porque não quero o constrangimento de recusar. Não me sentia preparada. É uma secretaria muito difícil, muito complicada. Agora, estou pensando em coisas que pensei que não estaria pensando agora”, falou.
A pasta está ligada ao Ministério do Turismo, chefiado por Marcelo Álvaro Antônio.
Discurso de inspiração nazista
Em vídeo, Roberto Alvim citou trechos de discurso do ministro da Propaganda do governo de Adolf Hitler, Joseph Goebbels, para anunciar o Prêmio Nacional das Artes e provocou reações.
“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então não será nada”, disse Alvim.
Desligamento
Pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou a exoneração de Alvim do cargo de secretário da Cultura.
“Comunico o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência. Reitero nosso repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, como o nazismo e o comunismo, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas.”