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Primo Pobre “enterra música” em protesto contra Lei do Silêncio

O bar da Asa Norte ficará sem programação musical neste fim de semana por discordar da atual legislação

atualizado

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1 de 1 Bar-geral - Foto: Divulgação

O Bar Primo Pobre prepara, a partir desta quinta-feira (31/10/2019), uma ação de protesto contra a Lei do Silêncio. Durante todo este fim de semana, o estabelecimento cancela a programação musical e, no sábado (02/11/2019), Dia de Finados, artistas e empresários promoverão um enterro simbólico da “música de Brasília”.

O local decidiu fazer o ato para apoiar o movimento Quem desligou o som?, que busca uma revisão da legislação, capaz de conciliar o interesse de músicos e artistas com os moradores. O “enterro” será às 19h.

“Nossa ideia é promover um ato de apoio a bares que vêm passando por problemas com a Lei do Silêncio. Vamos fazer uma cenografia e permitir às pessoas que elas escrevam notas, mensagens, coloquem instrumentos”, antecipa Rayssa Ferreira, uma das sócias do Primo Pobre.

Reprodução

Mercado de música

O problema, na visão de Rayssa, é que a legislação está antiquada: segundo a empresária, os limites são inalcançáveis. “Em três meses, recebemos notificações e percebemos que não tínhamos muito o que fazer. A lei [do Silêncio] é intransigente, está ultrapassada”, avalia.

Outra preocupação do Primo Pobre é incentivar a cultura local. Com as restrições impostas pelo poder público, avalia Rayssa, a cena musical da cidade perdeu força.

“O começo da carreira dos cantores é no bar. Sem esse espaço, a cidade vai ficando em silêncio, de forma negativa. Nunca teremos uma cena movimentada como a de Belo Horizonte, Rio de Janeiro ou São Paulo”, opina Rayssa.

“O que queremos é manter e viabilizar a produção cultural em Brasília. Nós, que promovemos a cultura, trazendo shows, festas e diversão para os brasilienses, temos que conviver com regras que não são sustentáveis. Do jeito que está, fica praticamente inviável nos mantermos”, ressalta Pedro Batista, um dos sócios do bar Primo Pobre e também sócio fundador da Influenza Produções.

Caso recente

Na última semana, um dos mais tradicionais bares da cidade, o Pinella teve que passar por uma disputa judicial para se manter aberto. Após ser interditado pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), o estabelecimento precisou recorrer à Justiça para voltar a operar.

“Os bares perdem a chance de funcionar e os artistas ficam sem voz”, conclui Rayssa.

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