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Pesquisa: 44,7% dos profissionais da cultura ficaram sem renda em junho

Dados do levantamento, feita pelo Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, mostram tamanho da crise no setor

atualizado

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Espaço Cultural Renato Russo
1 de 1 Espaço Cultural Renato Russo - Foto: Michel Melo/Metrópoles

A pesquisa Percepção dos Impactos da Covid-19 nos Setores Culturais e Criativos do Brasil, feita pelo Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, aponta que 44,7% dos trabalhadores do setor ficaram sem renda entre os meses de maio e junho deste ano. O estudo ouviu até o momento 964 pessoas, que apontaram a perda de receita como o principal problema decorrente da pandemia do novo coronavírus.

O estudo busca compreender, com respostas de artistas de todo o país, as realidades estaduais e municipais e oferecer informações aos gestores públicos em tempo real, dimensionando os impactos de curto e médio prazo da pandemia no âmbito da cultura brasileira.

Segundo os dados preliminares, os meses de março a abril mostram que 42,43% dos profissionais ouvidos registraram redução de 100% na renda. Já de maio a julho, 44,7% dos trabalhadores do setor registraram perda total de receita, configurando o pior mês da série analisada.

As perspectivas futuras não são otimistas. Entre os participantes, 29,56% acreditam em redução de 100% nos meses de agosto e setembro. Já 25,54% dos profissionais programam-se para ficar sem renda até janeiro de 2021.

As percepções dos votantes são diferentes de acordo com o estado. Em São Paulo, por exemplo, 30% dos profissionais ficaram sem renda entre maio e junho. Já no Rio Grande do Sul, no mesmo período, o total chegou a 62% dos trabalhadores do setor. Os dado definitivos, com as distinções regionais, serão divulgados em breve.

A área cultural corresponde de 1% a 4% do PIB nacional, aponta o Instituto de Direito, Economia Criativa e Artes.

Os estudiosos lembraram que os impactos na área não se devem apenas à pandemia do coronavírus. O fim do Ministério da Cultura, que virou uma secretaria especial no governo Jair Bolsonaro (sem partido), também é apontado como um dos problemas no setor.

Participam da pesquisa o Serviço Social do Comércio (Sesc); a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco); a Universidade de São Paulo (USP); os secretários estaduais; e os dirigentes municipais de Cultura.

O questionário

O questionário pode ser respondido por artistas, técnicos, trabalhadores, empreendedores, gestores públicos e privados e membros de grupos tradicionais. As perguntas abordam comunidades menores, questões voltadas para o turismo, além de impactos da cultura em comunidades indígenas, ribeirinhas, quilombolas, ciganas, dentre outras. O estudo ficará disponível até 16 de julho.

Lei Aldir Blanc

No começo de junho, o senado aprovou a chamada “Lei Aldir Blanc”, que estende o auxílio emergencial de R$ 600 também a trabalhadores da cultura, durante a pandemia do novo coronavírus. No total, o Projeto de Lei (PL) 1.075/2020 destina R$ 3 bilhões para que estados, Distrito Federal e municípios possam socorrer o setor.

A legislação, que é vista como um dos auxílios aos profissionais da cultura, só foi sancionada na noite desta segunda-feira (29/06) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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