MinC suspende bolsas para estudar na Escola de Cinema de Cuba
A instituição é uma das mais importantes do mundo na área de audiovisual. Três anos de curso custam 15 mil euros
atualizado
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Os estudantes de cinema do Brasil sofreram uma baixa neste ano. O Ministério da Cultura (MinC) resolveu suspender as bolsas que cobriam até 75% das matrículas na Escola de Cinema e TV de Cuba (EICTV), reconhecida como uma das instituições de formação audiovisual mais importantes do mundo. A decisão foi confirmada na página oficial do EICTV no Facebook.
O curso tem duração de três anos e custa, ao todo, 15 mil euros. A parceria com o governo brasileiro permitia o pagamento parcial da anuidade no primeiro ano de estudos e quitar o restante no tempo restante. Além disso, a bolsa custeava hospedagem, alimentação, transporte entre Havana e San Antonio de los Baños (cidade em que se localiza a escola), assistência médica e material para produção de cinema e vídeo.De acordo com o MinC, a parceria do governo com a EICTV não possui respaldo na legislação e, por isso, as bolsas foram canceladas. Em nota, o ministério diz que a lei atual “não admite parcerias com entidades estrangeiras, ainda que sem fins lucrativos, sem que tenham constituição jurídica em território brasileiro”, que é o caso da escola cubana.
De toda forma, o MinC disse que busca uma “alternativa jurídica que viabilize um novo modelo de parceria” para manter as bolsas dos alunos que já frequentam a escola e também para poder realizar mais seleções de bolsistas e repasses de recursos do governo.
Importância e tradição
A EICTV foi criada em 1956 por iniciativa da Fundação do Novo Cinema Latino-americano (FNCL). Entre os fundadores da escola estão o escritor colombiano Gabriel García Márquez, o poeta Fernando Birri e o cineasta cubano Juli García Espinosa.
Há diversos nomes do cinema brasileiro que passaram pela escola. O diretor e fotógrafo César Charlone, indicado ao Oscar pelo filme “Cidade de Deus” (2002), deu aula na EICTV. A roteirista Manuela Dias, da minissérie da TV Globo “Justiça” (2016), e o diretor Roberto Gervitz, responsável pelo filme “Feliz Ano Velho” (1987) e “Prova de Coragem” (2015), foram alunos na instituição.
Questionado sobre o assunto, o MinC afirmou que soltará uma nota oficial sobre o assunto nesta terça-feira (31/1).
