Instituto lamenta cancelamento de edital do 53º Festival de Brasília
Edital que definiu a Eu Ligo como organizadora foi cancelado pela Secretaria de Cultura após entidades apontarem irregularidades no processo
atualizado
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O Instituto Eu Ligo (IEL), vencedor do certame que definiu a Organização da Sociedade Civil (OSC) responsável pela realização do 53º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, lamentou a decisão da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) de cancelar o edital e assumir a organização do evento.
A resolução da pasta foi anunciada na tarde desta quarta-feira (30/09), após entidades ligadas a profissionais de cinema e audiovisual divulgarem um manifesto apontando irregularidades no processo de seleção.
“Não é do interesse fazer um Festival de Brasília sem o clima colaborativo com a classe cinematográfica”, justificou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.
As entidades afirmam que a OSC descumpriu 12 requisitos mínimos previstos no edital, além de não possuir experiência em cinema. Em nota, o IEL contesta as acusações e alega que venceu o processo “de forma lícita e transparente”.
Leia a nota na íntegra:
O Instituto Eu Ligo (IEL) lamenta a decisão que resultou no cancelamento do edital do 53º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Perde, e muito, a cultura do Distrito Federal e do Brasil.
O IEL esclarece que participou do certame que selecionou a Organização da Sociedade Civil (OSC) responsável por produzir o evento com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), vencendo de forma lícita e transparente.
A pasta recebeu quatro propostas, algo que não ocorria desde 2017 – no ano passado, por exemplo, houve uma única candidatura. Com a adesão inédita, a Comissão de Seleção escolheu a melhor: a elaborada pelo Instituto Eu Ligo, que trouxe uma visão inovadora para o Festival, diferente daquilo que foi apresentado nos últimos anos.
A vitória do IEL representou uma quebra de monopólio na realização do Festival. E provocou desconforto naqueles que se consideram os donos do evento.
O Instituto Eu Ligo lamenta que a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal tenha cedido às pressões de alguns setores que entendem que o Festival pertence a um grupo reduzido de pessoas, e não um patrimônio cultural da sociedade. A pasta errou ao se submeter a essas opiniões.
Mesmo diante da resistência demonstrada desde sua escolha, o IEL já estava trabalhando com afinco para levar ao público um Festival de Brasília surpreendente, em formato híbrido, com apresentações de filmes em cinemas drive-in do Plano Piloto e em regiões administrativas e plataforma virtual.
Perde o processo democrático, perde a lisura. O Instituto Eu Ligo, com 15 anos de trajetória, seguirá sua missão de atender à sociedade dentro de suas obrigações estatutárias, promovendo assistência social; promovendo e desenvolvendo gratuitamente manifestações culturais, intelectuais, artísticas e literárias, bem como em defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; e promovendo gratuitamente a educação.