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Depredado, cemitério histórico de Planaltina pode desaparecer

O mais antigo cemitério do DF sofre com abandono do poder público e com a depredação provocada por usuários de drogas

atualizado

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Brasília (DF), 07/11/2017 Cemitério São Sebastião de PlanaltinaLocal: PlanaltinaFoto: Felipe Menezes/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 07/11/2017 Cemitério São Sebastião de PlanaltinaLocal: PlanaltinaFoto: Felipe Menezes/Metrópoles - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Quem passa diante do Cemitério de São Sebastião, localizado no centro histórico de Planaltina (DF), pensa que o lugar é apenas um terreno baldio. Porém, um olhar cuidadoso revela algumas preciosidades resistentes ao tempo: em meio ao mato alto, há túmulos em mármore carrara, ornamentos rebuscados e inscrições com datas do século 19.

Considerado o cemitério mais antigo do Distrito Federal ainda existente, o lugar sofre com o abandono do poder público e a depredação por parte de populares. O jardim descuidado e o muro são ideias para a reunião de usuários de drogas.

A má fama dividiu a população local entre os que pedem a destruição completa do cemitério, liberando o terreno para a construção de casas ou até mesmo uma praça, e aqueles que querem recuperar os túmulos para preservar a história da região.

Patrimônio
Simone Macedo, presidente da Associação dos Amigos do Centro Histórico do Planaltina, se tornou uma das principais vozes do grupo a favor da preservação do cemitério.

Para ela, o local é um patrimônio da Região Administrativa. “Além de conter antigos túmulos de famílias tradicionais de Planaltina, o cemitério traz marcas do século 19 e ainda conversa com a fundação de Brasília, afinal muitos candangos morriam nas obras e eram enterrados aqui”, explica.

Muitos túmulos ruíram com o tempo, mas o local chegou a contar com mais de 500 corpos – alguns deles de relevância para a história da cidade. É o caso do Coronel Salviano Monteiro Guimarães (1866-1926), um dos fundadores da região. Embora a família tenha exumado o corpo, levando-o para outro espaço, a bela lápide continua de pé até os dias de hoje.

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Túmulo de mármore carrara abandonado
Este túmulo abrigava o corpo do Coronel Salviano Monteiro Guimarães (1866-1926), um dos fundadores da Região Administrativa
O homem recebera indenização
O muro rachado revela alguns dos túmulos esquecidos pelo poder público
Simone Macedo, presidente da Associação dos Amigos do Centro Histórico do Planaltina,  quer inserir o cemitério no circuito turístico histórico de Planaltina, colocando-o ao lado da Igreja de São Sebastião
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No cemitério de São Sebastião, os túmulos estão depredados e a vegetação toma conta das lápides

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Túmulo de mármore carrara abandonado

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Este túmulo abrigava o corpo do Coronel Salviano Monteiro Guimarães (1866-1926), um dos fundadores da Região Administrativa

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O homem recebera indenização

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O muro rachado revela alguns dos túmulos esquecidos pelo poder público

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Simone Macedo, presidente da Associação dos Amigos do Centro Histórico do Planaltina, quer inserir o cemitério no circuito turístico histórico de Planaltina, colocando-o ao lado da Igreja de São Sebastião

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Simone também anotou as famílias que ainda possuem parentes enterrados no local

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Atualmente, o cemitério tem os portões trancados durante todo o dia

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Descaso
Diferente do que ocorreu com a Igreja São Sebastião e o Museu Histórico de Planaltina, o cemitério não foi tombado pelo Governo do Distrito Federal.

Em 2009, o secretário de Justiça Flávio Lemos apresentou ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios um projeto para transformar antigos cemitérios em áreas de lazer. Porém, a queda do governador José Arruda no ano seguinte enterrou a proposta, deixando o espaço sem destino determinado.

Para reverter a situação, Simone iniciou um projeto para inseri-lo no circuito turístico histórico de Planaltina, ao lado do museu e da igreja colonial. “Estamos em contato com as autoridades para viabilizar o roteiro o quanto antes”, afirma.

Ao Metrópoles a Secretaria de Cultura do DF disse: “Estamos realizando estudos para executar ações de requalificação urbana, como forma alternativa de preservação do cemitério e de outros remanescentes históricos de Planaltina.”

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