Delatora da Acrônimo é nomeada para administrar Dulcina de Moraes
A advogada Vanessa Daniella Pimenta Ribeiro foi indicada pelo Ministério Público e terá que convocar um Conselho de Curadores em 30 dias
atualizado
Compartilhar notícia
A advogada Vanessa Daniella Pimenta Ribeiro, uma das delatoras da Operação Acrônimo, da Polícia Federal, foi nomeada administradora da Fundação Brasileira de Teatro (FBT), responsável pelo Teatro Dulcina e pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes.
A 7ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) afastou os administradores provisórios da FBT: Marco Antônio Schmitt Hannes e Luiz Francisco de Sousa. Segundo alegação do Ministério Público do DF (MPDTF), os dois descumpriram a função, deixando de entregar relatórios de gestão exigidos e o plano prévio de administração do espaço.Na mesma decisão, foi nomeada Vanessa Daniella, indicada pelo MPDFT, que receberá salário de R$ 10 mil. Ao Metrópoles, a advogada disse que cumprirá apenas a função até realizar o chamamento público dos interessados ao cargo. “Ficarei, no máximo, 60 dias”.
O MPDFT informou que o nome de Vanessa foi retirado de um banco de currículos da instituição. Interessados em exercer a função de administrador judicial se cadastram e podem ser indicados. O órgão cita como requisitos a “capacidade técnica e a confiabilidade para exercer a função”.
Entre as atribuições de Vanessa, de acordo com o MPDFT, estão prestar contas mensalmente de todas as receitas e despesas da entidade e dialogar com alunos e professores da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. A comunidade acadêmica deve indicar a composição de um Conselho de Curadores em 30 dias.
A Fundação Brasileira de Teatro, que reúne o Teatro Dulcina e a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, foi criada em 1955 com o objetivo de promover o desenvolvimento do teatro brasileiro e das artes, especialmente no seu aspecto educacional.
O estatuto da entidade prevê que a administração se dê por meio da atuação do Conselho de Curadores, um Conselho Fiscal e pela Presidência, contando ainda com uma Secretaria Executiva.
Operação Acrônimo
Vanessa Daniella afirmou que não foi indiciada no âmbito da Operação Acrônimo. “Eu trabalhava como secretária do Benedito (Rodrigues de Oliveira Neto) na época”. O empresário, dono da Gráfica Brasil, é apontado como pivô de um esquema de desvio de dinheiro público e financiamento ilegal de campanha, entre elas a de Fernando Pimentel (PT-MG) e de Dilma Rousseff.
A delação premiada de Vanessa Daniella foi homologada pelo ministro Herman Benjamin, relator da Acrônimo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em outubro de 2016.
Intervenção
Julie Wetzel, 27 anos, uma das fundadoras do movimento Dulcina Vive, acredita que a mudança pode ser prejudicial. “Temos várias parcerias e projetos que visavam revitalizar a instituição. Agora, após essa troca abrupta, ficamos com medo de que tudo se perca”, completou.
Marco Antônio Schmitt Hannes e Luiz Francisco de Sousa foram nomeados administradores provisórios em 2013, após ação do MPDFT que apontava irregularidades na gestão do então presidente José Maria Bezerra.