Consultor de Carnaval de rua do GDF ganha 10 vezes mais que artistas

Em meio à crise financeira pela qual atravessa o Governo do Distrito Federal (GDF), Guilherme Rosa Varella foi contratado, nesta sexta-feira (27/1), como consultor de políticas públicas para o Carnaval de rua por R$ 80,4 mil. O valor é 10 vezes maior do que o cachê que será pago, pela Secretaria de Cultura (Secult), aos artistas que farão shows durante os cinco dias de folia.

De acordo com o Diário Oficial do Distrito Federal desta sexta (27), Guilherme Rosa Varella receberá R$ 80,4 mil para elaborar e implementar políticas públicas de Carnaval de rua. No documento também é especificado que a contratação foi realizada com dispensa de licitação.

O anúncio veio no mesmo dia em que a Secult divulgou o orçamento de R$ 96 mil para pagar 12 artistas que comandarão a folia. Segundo o comunicado da pasta, cada um dos escolhidos receberá R$ 8 mil pelo trabalho.

O Carnaval de rua do DF ganhou força nos últimos anos, com cerca de 1 milhão de foliões brasilienses e de outros estados. O principal destaque é a festa produzida pelos blocos de rua, como o Babydoll de Nylon e o Raparigueiros.

De acordo com a Secult, a consultoria do Guilherme Varella durará seis meses e tem como objetivo trazer estudos técnicos que permitam a implementação da política pública de Carnaval como “política de estado, regulamentada pelo ordenamento jurídico do DF” e que, dessa forma, poderia “garantir um carnaval mais sustentável” no Distrito Federal.

“A contratação de uma consultoria especializada decorre da necessidade de ampliação da expertise para sua realização e para  potencializar o investimento privado no Carnaval, diminuindo o uso de recursos públicos.  A consultoria será desenvolvida durante 6 meses com estudos técnicos que subsidiem a elaboração e implementação da nova política pública de Carnaval como política de Estado, regulamentada pelo ordenamento jurídico do DF, e que busca garantir um carnaval mais sustentável”, complementa a nota.

 

Experiência
Guilherme Varella era secretário de Políticas Públicas do Ministério da Cultura (MinC) até ser exonerado pelo presidente Michel Temer em 17 de maio. Ele também atuou como chefe de Gabinete e coordenador da Assessoria Técnica da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, entre 2013 e 2015, durante a gestão Haddad.

Em 2008, obteve título de mestre na Universidade de São Paulo (USP) com a dissertação “Plano Nacional de Cultura: elaboração, desenvolvimento e condições de eficácia” e publicou livros sobre o tema.