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Carnaval 2017. Dinheiro privado alivia GDF, mas não empolga blocos

Maioria dos recursos para a folia virá por meio da iniciativa privada. Mas organizadores de blocos dizem que investimento é insuficiente

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O carnaval de Brasília começa a dar os primeiros passos para se tornar um negócio viável às empresas privadas. Diante da crise financeira do Governo do Distrito Federal (GDF), a Secretaria de Cultura (Secult) afirmou que, dos cerca de R$ 2 milhões destinados ao carnaval brasiliense, R$ 1,5 milhão será angariado via Lei de Incentivo à Cultura (LIC) — na qual pessoas jurídicas podem abater os investimentos culturais do Imposto de Renda.

Dessa forma, empresas como a Antarctica, marca de cerveja gerida pela Ambev, utilizou a LIC para aumentar em 60% o número de blocos carnavalescos investidos em relação ao ano passado. Em 2017, serão patrocinados 80 blocos de rua e festas em ambientes abertos, 32 a mais do que em 2016. “O carnaval de Brasília está para se tornar uma referência no país”, afirmou a gerente de marketing da marca, Roberta Barreto.

A empolgação da gerente pode ser traduzida no aumento de foliões na capital. Em 2012, 200 mil saíram as ruas. Em 2016, o número de pessoas que festejaram o feriado saltou para 1 milhão. Neste ano, espera-se quase o dobro, cerca de 1,9 milhão em todo o DF. Público que pode ser convertido em lucro para as empresas que vendem produtos durante os eventos carnavalescos.

Blocos veem investimentos com ressalva
Porém, a animação não contagiou os organizadores dos blocos. “O investimento privado não é o suficiente e a crise econômica não permite que o cenário melhore”, disse o publicitário David Murad, um dos fundadores do Babydoll de Nylon.

Ele lembra que, apesar do aumento do investimento, houve também um aumento de gastos. “Há mais pessoas na rua e, portanto, precisamos investir mais no bloco também”, explicou. Em 2016, o Babydoll reuniu 65 mil foliões na Praça do Cruzeiro (Eixo Monumental), 15 mil a mais do que o ano anterior.

O pensamento é compartilhado pelo presidente do bloco Raparigueiros, Welinton de Santana. “O investimento privado é muito tímido e o governo só entra com ajuda em infraestrutura local, como segurança e banheiro químico”, explica.

Escolas de samba
O governo também anunciou que, dentro desses R$ 2 milhões, R$ 300 mil irão para as escolas de samba do DF. Mesmo assim, o desfile não voltará a ocorrer em 2017. “Queremos que as escolas de samba se profissionalizem para que elas possam captar recursos da iniciativa privada”, disse o secretário de Cultura, Guilherme Reis.

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