“Biblioteca Demonstrativa está ameaçada”, afirma ex-diretor do MinC
Cristian Santos comandava a pasta responsável pela instituição e saiu alegando “preguiça institucional”
atualizado
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Quando o brasiliense Cristian Santos foi convidado para assumir a direção do Departamento de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB) do Ministério da Cultura (MinC) em novembro de 2016, os moradores da capital ficaram animados. Afinal, a pasta é responsável pela Biblioteca Demonstrativa, fechada desde maio de 2014, e Cristian, bibliotecário antes lotado na Câmara dos Deputados, tinha todo o interesse em recuperá-la.
O que poucos esperavam é que, nove meses depois, Cristian pediria para sair do Ministério da Cultura. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União em 11 de agosto – e sua atuação dentro da pasta terminou de forma nada amigável.
Durante sua gestão, Cristian viu o DLLLB sofrer um corte de 43% e o Fundo Nacional de Cultura ter o orçamento zerado. Além da redução orçamentária, ele aponta uma “preguiça institucional”. “A prioridade era a manutenção de cargos para apadrinhados políticos, não a busca por pessoas técnicas interessadas na gestão cultural”, afirma.Biblioteca demonstrativa
Em abril deste ano, o MinC anunciou um projeto de R$ 6 milhões para reconstruir o espaço. Entre as novidades, estavam a colocação de paredes de vidro, sala de informática, duas áreas para abrigar o acervo da instituição, cozinha, salas de estudos privadas, auditório, sala de aula, gibiteca, espaço infantil e escritório de direitos autorais.
Porém, com a mudança de ministro – o jornalista Sérgio Sá de Leitão assumiu o cargo em julho deste ano –, o ex-diretor da pasta teme que as reformas da Biblioteca Demonstrativa fiquem apenas no papel.
A Biblioteca Demonstrativa está ameaçada. O projeto ficou pronto, mas o orçamento das reformas saem do gabinete do ministro da Cultura e não sei se há interesse em continuá-las.
Cristian Santos
A reabertura da biblioteca está prevista para ocorrer em novembro deste ano. No entanto, segundo Cristian Santos, o processo de licitação se encontra paralisado desde a saída do ministro Roberto Freire, que deixou o cargo em maio deste ano. Questionada, a assessoria de imprensa do MinC não quis se pronunciar sobre o caso.