metropoles.com

Artistas celebram Lei Aldir Blanc, que destina R$ 3 bilhões à cultura

Profissionais da área falaram da importância do auxílio emergencial para o setor que emprega milhões de brasileiros e aquece a economia

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
Lei Aldir Blanc
1 de 1 Lei Aldir Blanc - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Foi aprovada pelo Senado Federal, na tarde desta quinta-feira (04/06), a Lei de Emergência Cultural. Batizada pela sua relatora, a deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ), como a Lei Aldir Blanc — em homenagem ao compositor morto em maio em decorrência da Covid-19—,  a PL 1075 destina R$ 3,6 bilhões da União para trabalhadores da cultura de todo o país. O líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL-GO), fez acordo de sanção com a relatoria, o que garante a aprovação pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A Lei Aldir Blanc estendeu o auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores na cultura e apoio a espaços culturais. Entre os beneficiários estão teatros independentes, escolas de música e capoeira, circos, cineclubes, centros de tradição regionais, bibliotecas e museus comunitários, festas populares, teatros de rua, livrarias, sebos, ateliês, galerias, feiras e galerias de arte.

Para receber o auxílio, o beneficiário precisa ter tido atuação social ou profissional na área, no prazo de 24 meses anteriores à publicação de lei. Eles também não podem participar de outro programa de transferência de renda, nem ter emprego formal ativo e nem estar recebendo seguro-desemprego.

O Projeto de Lei nº PL 1251/2020, do deputado Julio Cesar Ribeiro (Republicanos-DF) foi apensado ao projeto principal, o 1075/20, e acatado na íntegra pela relatora, a deputada Jandira Feghali. A emenda, entre outras coisas, garante a liberação de recursos do Fundo Setorial de Audiovisual (FSA) e do Fundo Nacional de Cultura (FNC) para pagamento dos cachês atrasados, das datas suspensas ou adiadas e a implementação imediata de programa de assistência financeira com renda mínima para os trabalhadores na área da cultura.

“A junção de esforços de todo o parlamento foi essencial neste momento já que o setor é um dos mais prejudicados com a chegada da crise. Além do mais, o nosso país é reconhecido mundialmente pela sua diversidade cultural e esse projeto vem justamente para reconhecer e valorizar os trabalhadores envolvidos com o fomento da cultura brasileira”, explicou o deputado Julio Cesar Ribeiro (Republicanos-DF).

4 imagens
DJ Raffa é um dos responsáveis por colocar Brasília no mapa do rap nacional
O cineasta Iberê Carvalho ganhou dois Kikitos no Festival de Cinema de Gramado com o filme O Homem Cordial
Bartolomeu Rodrigues assumiu a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec) no dia 19 de dezembro de 2019
1 de 4

Ruth Venceremos é artista drag queen, produtora cultural e ativista da causa LGBTQ+ do DF

Arquivo Pessoal
2 de 4

DJ Raffa é um dos responsáveis por colocar Brasília no mapa do rap nacional

Vinícius Santa Rosa/Metrópoles
3 de 4

O cineasta Iberê Carvalho ganhou dois Kikitos no Festival de Cinema de Gramado com o filme O Homem Cordial

Hugo Barreto/Metrópoles
4 de 4

Bartolomeu Rodrigues assumiu a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec) no dia 19 de dezembro de 2019

Imagem cedida ao Metrópoles
Repercussão no meio cultural

O secretário de cultura e economia criativa do Distrito Federal, Bartolomeu Rodrigues, defendeu a decisão. “O socorro emergencial para os fazedores das várias linguagens da arte do nosso País é mais que necessário. É premente, pois o setor foi o primeiro a parar e, certamente, será dos últimos a voltar à situação de normalidade”.

O secretário concluiu a fala ressaltando a importância do setor para o país. “São eles quem movimentam nossa economia, gerando milhares de empregos e renda e, principalmente, são em grande parte os responsáveis pelo fortalecimento da nossa identidade como povo”, disse.

Para o produtor musical brasiliense DJ Raffa Santoro, a sociedade precisa compreender que a Lei Aldir Blanc não veio para privilegiar um setor, mas, sim, reconhecer o valor desses profissionais. “A arte na vida das pessoas é tão imprescindível quanto a saúde, os exercícios e se alimentar. A arte é necessário para o espírito e, principalmente, para a mente”, considera.

O músico salienta, ainda, a importância de os recursos serem enviados, prioritariamente, aos artistas independentes e que mais precisam neste momento. “Quem vive da cultura sabe que não tem salário fixo e nem todo mês consegue honrar seu compromissos financeiros. Acho que o momento e propício para se rever toda a questão do setor cultural no Brasil”, completa.

Segundo Ruth Venceremos, drag queen, ativista e produtora cultural, a Lei Aldir Blanc é um marco importante para o setor cultural e para o país, principalmente, devido ao atual desmonte das politicas culturais e a censura a obras artísticas, em especial aquelas com temáticas LGBTI. “Para além de uma lei emergencial, carrega um sentido de resistência criativa dos trabalhadores e trabalhadoras da cultura”, afirma a artista, que também é uma das responsáveis pelo desfile do Bloco das Montadas no Carnaval do DF.

O cineasta Iberê Carvalho também considerou uma vitória a aprovação da Lei Aldir Blanc. “A cultura é um setor que já vinha sofrendo com a ausência de políticas públicas por parte do novo governo, que foi logo extinguido o Ministério da Cultura e o transformando em uma secretaria inativa”, pondera. Com a pandemia do coronavírus e a necessidade do isolamento social “milhares de trabalhadores ficaram desamparados”.

Diretor dos premiados O Último Cine Drive-in e O Homem Cordial, aponta que é momento de valorizar os artistas. “Durante esse período de pandemia e isolamento social, nunca ficou tão claro a importância das artes. Todos estamos consumindo música, filmes, séries, lendo mais livros, lendo poesia, até espetáculos teatrais através de lives. Está clara a importância da arte para suportarmos a realidade”, concluiu Iberê Carvalho.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?